segunda-feira, 26 de março de 2012

Índice vai medir felicidade do brasileiro - Pesquisa de Paulo Timm

26/03/2012 - Segunda-feira, 05:03 


UERJ  CEDES/Centro de Estudos de Estratégias de Desenvolvimento/Núcleo Brasil-China-Índia
Curso " Economia Brasileira Contemporânea/FCE


Metodologia desenvolvida pela FGV-SP leva em conta o grau de preocupação e satisfação da população, deixando a riqueza econômica em segundo plano
ROBERTA SCRIVANO - O Estado de S.Paulo
A riqueza do País pode começar a ser medida de outra forma. No lugar do Produto Interno Bruto (PIB), a Felicidade Interna Bruta (FIB). A Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP) está empenhada na elaboração da metodologia do novo índice. A intenção é fornecer os resultados ao governo federal para auxiliar no desenvolvimento de políticas públicas.
O FIB já existe no Butão, um pequeno reino incrustado nas cordilheiras do Himalaia. Lá, o contentamento da população é mais importante que o desempenho da produção industrial. O índice pensado pela FGV, no entanto, não será tão radical. "O PIB estará entre os componentes do cálculo", esclarece Fábio Gallo, professor da FGV-SP que, ao lado de Wesley Mendes, encabeça o desenvolvimento do estudo.
O PIB é considerado por diversos especialistas um índice incompleto. Dados como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) ou o nível de segurança das cidades não são contabilizados. Portanto, listar o desempenho dos países pelos bilhões acumulados com produção industrial e comercial, por exemplo, é, para esses especialistas, uma distorção da realidade.
"Elaborar o índice que queremos é algo complexo. São muitos dados subjetivos que variam de Estado para Estado", explica Gallo. Num país do tamanho do Brasil, com regiões muito diferentes, a tarefa fica ainda mais complicada. "Tudo será sob medida para cada uma das regiões. Dessa forma, chegaremos a bons resultados, que reflitam a situação real do País", completa Mendes.
Os professores dizem que a inclusão no PIB de gastos feitos para compensar danos ambientais causados pelo setor produtivo distorcem o resultado, uma vez que elevam o total de riqueza do País. Outros desembolsos, como para a reconstrução de uma cidade atingida por um desastre natural, também são criticados por entrarem na conta.
O primeiro passo do desenvolvimento da metodologia do FIB já foi dado pela FGV, e mostra que a riqueza econômica não é o principal fator de felicidade da população. Um questionário com jovens adultos de São Paulo e de Santa Maria, pequena cidade no interior do Rio Grande do Sul, mostrou que o índice de satisfação dos jovens gaúchos é 22,5% maior que o dos paulistanos.
Entre os 11 aspectos de vida estudados, os mais relevantes para a percepção de satisfação foram vida social, situação financeira e atividades ao ar livre.
Ainda de acordo com a primeira etapa da pesquisa, a principal preocupação dos paulistanos é com segurança pessoal, enquanto a principal satisfação é com perspectivas de crescimento acadêmico. Entre os gaúchos, a preocupação é com as expectativas de conseguir um bom trabalho. A satisfação é com a boa vida social. "Sociedade feliz é aquela em que todos têm acesso aos serviços básicos de saúde, educação, previdência social, cultura, lazer", afirma Gallo.
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FGV cria instituto para temas de finanças
Cálculo da Felicidade Interna Bruta será criado em núcleo de estudos da FGV-SP
ROBERTA SCRIVANO - O Estado de S.Paulo
Com a melhoria da renda média do brasileiro e a estabilização econômica, temas como os investimentos e a qualidade de vida ganham espaço. É de olho nessa tendência que a Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP) criou o Instituto de Finanças. A elaboração da metodologia do índice que medirá a felicidade do brasileiro é uma das iniciativas do novo instituto.
Maria Tereza Fleury, diretora da FGV, explica que o núcleo de estudos deve ter a mesma representatividade que o Ibre (Instituto de Economia da FGV-RJ) conquistou. "Estamos unindo uma série de iniciativas que já existiam. Agora, teremos uma forte sinergia interna que vai colaborar com o desenvolvimento de diversos tópicos da sociedade", avalia a executiva.
O instituto será coordenado por João Carlos Douat, doutor em administração de empresas. Sob sua coordenação estarão 11 núcleos e cada um será administrado por um ou dois professores da universidade. No total, são 37 docentes envolvidos com a criação do Instituto de Finanças e pouco mais de 3 mil alunos que já estão matriculados terão acesso às novidades.
"Somos uma instituição privada e, portanto, isenta de interferências governamentais. Como temos autonomia, creio que podemos colaborar com a elaboração de bons índices para auxiliar no desenvolvimento de boas políticas à sociedade", completa Maria Tereza.
O índice de Felicidade Interna Bruta (FIB), por exemplo, será produzido pelo núcleo de Estudos de Felicidade e Comportamento Financeiro, que terá gestão de Fábio Gallo e Wesley Mendes.
No LabFin, o laboratório de finanças, coordenado pelo professor Rafael Schiozer, os alunos farão simulações de investimentos. "Vamos simular a elaboração de carteiras de renda variável e fixa", diz Schiozer. "Queremos formar bons gestores de fundos. Isso é algo inédito no Brasil", reforça.
O professor Antônio Gledson de Carvalho ficará encarregado do núcleo que reúne os docentes que lecionam e orientam os alunos nos cursos de mestrado e doutorado. "Neste momento estamos estruturando uma pós-graduação específica sobre o mercado financeiro", diz Carvalho.
Além desses assuntos, as microfinanças também estão contempladas com um núcleo que será gerido por Lauro Gonzalez. Finanças internacionais, private equity, gestão bancária e contabilidade estão entre os conteúdos contemplados. Outros nomes como Willian Eid Júnior, David Hastings e José Evaristo dos Santos também estão envolvidos no instituto.
TV financeira. Para divulgar os conteúdos produzidos pelo Instituto de Finanças e ter um canal aberto com quem não é aluno da FGV, a fundação prepara também um programa de educação financeira. "Será uma linguagem diferente. Queremos atrair a atenção das pessoas para esse tema", diz o professor Fábio Gallo.

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