Dr. Antônio Carlos Ignachitti Gomes(1956-2005)
Sem fins comerciais, para ser livre.
quinta-feira, 28 de junho de 2012
Visconde do Rio Branco - Minas Gerais - Brasil - 28/06 2012
Imagens
Festa de São João, no Jardim. Imagem: Jefferson Coelho
A cidade vista do alto. Imagem: Isah Baptista
Vista aérea do centro da cidade. Imagem: Isah Baptista
Adro da Matriz. Imagem: Isah Baptista
Esquina do Pecado - Semáforo. Imagem: Isah Baptista
Praça 28 de Setembro, início da Rua Presidente Antônio Carlos. Imagem: Isah Baptista
Praça 28 de Setembro, a partir do prédio da antiga Rodoviária. Imagem: Isah Baptista
Descentralizar é preciso
O centro da
cidade de Visconde do Rio Branco está saturado. Nota-se pelo trânsito
congestionado em qualquer momento do expediente normal, entre 08 horas da manhã
até o anoitecer. Qualquer manobra para
carga e descarga em frente às casas comerciais forma engarrafamento de filas
extensas em todos os sentidos no raio de um quilômetro em torno da Praça 28 de
setembro.
Visão aérea do Centro da Cidade. Imagem: Isah Baptista
Praça 28 de Setembro. Imagem: Isah Batista
Há quem
aponte até a inconveniência de festejos no jardim, porque a multidão acaba
danificando canteiros, e afeta a beleza natural das gramas e flores tratadas por
jardineiros hábeis e cuidadosos, com carinho e toque artístico às plantas que
embelezam o ambiente.
Festa de São João no Jardim. Imagem: Jefferson Coelho
A construção
do novo Fórum a quase três quilômetros do atual é uma medida acertada. Outras repartições públicas, se
forem deslocadas para outros pontos do perímetro urbano, vão contribuir para
a desobstrução do “miolo” da urbes, onde
o estacionamento, mesmo sendo pago, fica a cada dia mais difícil.
Do mesmo
modo, as atividades comerciais devem se expandir para além da Praça 28 de
Setembro e seu entorno.
O
deslocamento de repartições públicas são mais viáveis, porque os
poderes executivo e legislativo têm competência legal para esta ação. Já as atividades privadas dependem da vontade
dos empresários, que são muito concentrados no valor do “ponto”, como se o
local de suas instalações fizesse milagre, na concorrência do livre mercado.
Alguns se arriscam em implantar seus
negócios em locais ainda não explorados e são gratificados, graças ao oferecimento de
melhores produtos, bom atendimento e preços atraentes. Esses fatores buscam o público consumidor em
lugares nunca imaginados para onde as compras sejam vantajosas.
Em alguns
ramos, o poder público pode e deve oferecer incentivos às empresas, em forma de
impostos menores e adequação de terreno, para atrair o interesse dos
empreendedores com maior visão de negócio e disposição de certos riscos comuns
a todo empreendimento.
Há uma
parcela de empresários avessos aos riscos. Preferem a acomodação, que, na maioria
das vezes, leva à estagnação. Não
arriscam e não prosperam.
Mas o ponto
de saturação a que chegou o centro da cidade desperta no próprio
consumidor/cliente a vontade de encontrar o produto que deseja em local de mais
fácil acesso, onde possa também estacionar seu veículo com tranqüilidade. Os congestionamentos provocam tensões e
estresse que qualquer um quer evitar. O
direito de ir e vir torna-se prejudicado, e as despesas aumentam com a locomoção, manobras,
paradas bruscas, arrancadas, motor funcionando no engarrafamento e consequente desgaste nos veículos. Motoristas e passageiros ficam tensos. Cargas perecíveis se danificam.
Esquina de Rua do Divino com Rua Nova. Imagem: Isah Baptista
Os sinais de
descentralização ainda são muito lentos.
É necessário dar uma acelerada nesse sentido para evitar que, dentro de
alguns anos a cidade se torne intransitável.
Não há alternativas para abertura de outras vias, dentro do espaço de
que estamos falando. Pelo contrário, a
Avenida Beira-Rio corre o risco de ser engolida pelo Xopotó(Chopotó) nas
próximas enchentes previsíveis. O
espaço de tempo entre uma e outra vem diminuindo, à medida que cresce a
população urbana e aumenta a densidade demográfica. Quanto mais o calçamento e o concreto armado
tomam o lugar da vegetação, maiores possibilidades de enchentes vultosas.
Trecho da Av. Beira-Rio, Próximo à Ponte da Água Limpa. Imagem: Site da Prefeitura.
E a
descentralização produz a vantagem de desenvolver outros pontos da cidade com
resultados favoráveis até nos índices de desenvolvimento humano(IDHs) da
periferia.
Neste
trabalho, o poder público tem que caminhar junto com a iniciativa privada, ou
substituí-la aonde os empresários não queiram se arriscar. Junto com os negócios imobiliários, lojas,
atividades autônomas, mercados – têm que seguir escolas, unidades de saúde,
instituições financeiras, serviços de água e esgoto, eletricidade, segurança e
toda a estrutura em torno da qual gira a vida humana.
Dá para
sentir até no ar que respiramos que o tempo urge. “Deixar como está, para ver como é que fica”
é uma acomodação inconveniente no momento.
Ano que vem
começam os novos mandatos municipais. Os
pretendentes a assumir esta responsabilidade precisam estar com mentalidade
dinâmica para impulsionar a passos mais largos a descentralização iniciada.
Precisam chegar a uma conclusão com o governo federal sobre o trecho da estrada
de ferro. Se a ferrovia não der sinais
imediatos de voltar a funcionar, que seja usado o seu percurso para
rodovia. O tráfego do centro para a
Barra dos Coutos e para a Colônia está caótico.
O aproveitamento do trecho ocioso da ferrovia ajudará a desafogar pelo
menos nesses dois sentidos.
O
congestionamento central está fazendo a cidade parar. A densidade demográfica no perímetro urbano
cresce. Seguir para os lados, para os cantos, dispersar são as maneiras de
evitar o retrocesso e a inviabilidade da vida na cidade.
Um bom planejamento é necessário, para evitar
repetir improvisações desastrosas. E que esse planejamento leve em conta a
relação custo/benefício, o impacto ambiental, a topografia, com visão de
crescimento preferencialmente no plano horizontal.
quarta-feira, 27 de junho de 2012
Cinecom exibe segunda sessão de cinema ao ar livre
25/06/2012 - https://phpsistemas.cpd.ufv. |
O tempo frio e nublado não foi empecilho para que quase 200 pessoas se reunissem, na noite deste domingo (24), no gramado das Quatro Pilastras, para assistir ao filme O Corinthiano, do cineasta brasileiro Mazzaropi, regado à pipoca, distribuída gratuitamente.
A exibição foi a segunda do projeto Cinecom: Cinema para todos, coordenado pela professora Laene Mucci, do curso de Comunicação Social da UFV. A primeira aconteceu, no início de junho, com o longa-metragem Casablanca. De acordo com a coordenadora, Viçosa ainda é uma cidade com pouca opção de entretenimento cultural. Desta forma, o projeto foi idealizado com o intuito de oferecer aos estudantes e moradores da cidade exibições mensais de filmes consagrados. A cada sessão é distribuído um jornal produzido por alunos do curso de Comunicação Social com informações sobre o filme da noite, entrevistas, cobertura fotográfica das sessões anteriores, histórias e curiosidades sobre o cinema.
O professor do Departamento de Solos Teógenes Senna de Oliveira marcou presença e relembrou a época em que assistia aos clássicos de Mazzaropi no antigo cinema da cidade. Segundo ele, o evento é uma ótima oportunidade para reunir a família em um programa cultural, que deveria acontecer todos os finais de semana. Quem também prestigiou a sessão foi a professora do Departamento de Química Elita Duarte Costa, que já conhecia a obra de Mazzaropi, mas aprovou a ideia do cinema ao ar livre e levou as crianças para um passeio cultural.“O Cinecom é uma ótima opção para Viçosa. Com certeza, estarei presente nas próximas exibições”, planeja Elita.
Até o final do ano, serão nove filmes exibidos. A próxima sessão acontecerá no dia 15 de julho, às 19h, também no gramado das Quatro Pilastras, com o filme Narradores de Javé, da diretora brasileira Eliane Caffé.
Mais informações sobre o Projeto Cinecom podem ser acompanhadas pelo blog www.cine-com.blogspot.com
(Thaíssa Vaz, bolsista – foto: Michael Maia)
|
Cerca de 200 pessoas se reuniram no gramado das Quatro Pilastras |
Sobre a Cúpula dos Povos e Vídeo para a Rio + 2
Bernadete Lage (l.bernadete@yahoo.com.br)(Viçosa-MG)
26 jun (1 dia
atrás)
Imagem: gestaopublica.net
Lá no Rio corri
muito, por 6 dias, na Cúpula dos Povos,
falando e panfletando e nem acessei a internet para ver se o vídeo abaixo havia
sido enviado direito.
Estava sozinha e
fui acolhida por todos os ativistas e representantes do mundo inteiro, que encontrei
por lá.
Consegui um bom
espaço nas tendas diversas e em muitos meios de
comunicação para divulgar
a luta pela inclusão
social do povo cigano. E ninguém sabia da verdadeira situação deles,
no Brasil (800.000) e nem da dos outros países (15 milhões) . Fiz tudo o que
meu limite físico permitiu.
O líder
dos ciganos de BH, Sr. Carlos,
esteve por lá, mas somente uma tarde (quinta), e deu umas entrevistas
também, antes de partir.
E também conversei uma
noite com a cigana D. Maura.
Já que eu era do "Movimento dos Sem
Tenda", ao esperar minha vez de
falar, aprendi tanto e com tanta gente boa do mundo inteiro, dedicando seu
tempo, inteligência, suas pesquisas, sua coragem para tornar esse mundo viável.
Uma noite, enquanto
falava na Rádio Cúpula, meu filho Vitor
e a namorada filmavam. Quando terminou, ele, que havia ouvido ali mulheres
de varias organizações alertando a todos sobre os problemas do planeta, os
estragos no ser humano e na natureza, falou-me:
-Mãe, a Rio + 20
está acontecendo é aqui.
Só chorei muito quando, na noite da cerimônia
da Vigília Inter-Religiosa, com dezenas de representantes religiosos e de etnias diversas, chamaram-me para
representar esse povo tão doce, tão sofrido pelo qual luto tanto.
Eu sabia que aquele
lugar era deles. E enviei junto com todos
a energia para os governantes do planeta e para as sementes de girassol
que serão plantadas pelo mundo afora.
E imaginava
ciganinhas de olhos fechados e pais de
família, de chapeu na mão, distribuindo
ao mundo sua fé, sua coragem de
seguir em frente. Apesar de tudo!
"Solo le pido
a Dios, que el injusto no me sea indiferente,
Que la reseca
muerte non me encontre, vazio e solo sin
haber hecho lo suficiente." Violeta Parra.
Abaixo, o vídeo
para a Rio+20. Divulguem, por favor. Sempre há tempo para mudanças.
Abraços fraternos.
Bernadete Lage
Rocha
YouTube - Vídeos
desse e-mail
PROFESSORA E FAZENDEIRA DE UBERLANDIA, 74 ANOS.
Imagem: recandodaliteratura.blogspot.com
(Sebastiao Nolasco, tao-dogatinho@hotmail.com – Visconde do Rio
Branco-MG)
* Aplausos a essa brasileira
inteligente, lúcida e corajosa!
Bom dia, dona Dilma!
Eu também assisti ao seu
pronunciamento risonho e maternal na véspera
do Dia das Mães. Como cidadã da
classe média, mãe, avó e bisavó,
pagadora de impostos escorchantes
descontados na fonte no meu
contracheque de professora aposentada
da rede pública mineira e em
cada Nota Fiscal Avulsa de Produtora
Rural, fiquei preocupada com o
anúncio do BRASIL CARINHOSO.
Brincando de mamãe Noel, dona Dilma?
Em ano de eleição municipalista?
Faça-me o favor, senhora
presidentA! É preciso que o Brasil crie
um
mecanismo bastante severo de controle
dos impulsos eleitoreiros dos
seus executivos (presidente da
república, governador e prefeito) para
que as matracas de fazer voto sejam
banidas da História do Brasil.
Setenta reais per capita para as
famílias miseráveis que têm filhos
entre 0 a 06 anos foi um gesto
bastante generoso que vai estimular o
convívio familiar destas pessoas,
porque elas irão, com certeza,
reunir sob o mesmo teto o maior
número de dependentes para "engordar"
sua renda. Por outro lado mulheres e
homens miseráveis irão correndo
para a cama produzir filhos de cinco
em cinco anos. Este é, sem
dúvida, um plano qüinqüenal engenhoso
de estímulo à vagabundagem,
claramente expresso nas diversas
bolsas-esmola do governo do PT.
É muito fácil dar bom dia com chapéu
alheio. É muito fácil fazer
gracinha, jogar para a platéia. É
fácil e é um sintoma evidente de que
se trabalha (que se governa, no seu
caso) irresponsavelmente.
Não falo pelos outros, dona Dilma.
Falo por mim. Não votei na senhora.
Sou bastante madura, bastante politizada, marxista, sobrevivente
da
ditadura militar e radicalmente
nacionalista. Eu jamais votei nem
votarei num petista, simplesmente
porque a cartilha doutrinária do PT
é raivosa e burra. E o governo é
paternalista, provedor, pragmático no
mau sentido, e delirante. Vocês são
adeptos do "quanto pior, melhor".
São discricionários, praticantes do
"bullying" mais indecente da
História do Brasil.
Em 1988 a Assembléia Nacional
Constituinte, numa queda-de-braço
espetacular, legou ao Brasil uma
Carta Magna bastante democrática e
moderna. No seu Art. 5º está escrito
que todos são iguais perante a
lei*.
Aí, quando o PT foi ao paraíso, ele completou esta disposição,
enfiando goela abaixo das camadas
sociais pagadoras de imposto seu
modus governandi a partir do qual
todos são iguais perante a lei,
menos os que são diferentes: os
beneficiários das cotas e das
bolsas-esmola. A partir de vocês. Sr.
Luís Inácio e dona Dilma, negro
é negro, pobre é pobre e miserável é
miserável. E a Constituição que
vá para a pqp. Vocês selecionaram
estes brasileiros e brasileiras,
colocaram-nos no tronco, como eu faço
com o meu gado, e os marcaram
com ferro quente, para não deixar
dúvida de que são mal-nascidos. Não
fizeram propriamente uma exclusão,
mas fizeram, com certeza,
publicamente, uma apartação étnica e
social. E o PROUNI se transformou
num balcão de empréstimo pró escolas
superiores particulares de
qualidade bem duvidosa, convalidadas
pelo Ministério de Educação.
Faculdades capengas, que estavam na
UTI financeira e deveriam ter sido
fechadas a bem da moralidade, da
ética e da saúde intelectual,
empresarial, cultural e política do
País. A Câmara Federal endoidou?
O Senado endoidou? O STJ endoidou? O
ex-presidente e a atual
presidentA endoidaram? Na década de
60 e 70 a gente lutou por uma
escola de qualidade, laica, gratuita
e democrática. A senhora disse
que estava lá, nesta trincheira, se
esqueceu disto, dona Dilma? Oi,
por favor, alguém pare o trem que eu
quero descer!
Uma escola pública decente, realista,
sintonizada com um País
empreendedor, com uma grade
curricular objetiva, com professores bem
remunerados, bem preparados,
orgulhosos da carreira, felizes, é disto
que o Brasil precisa. Para
ontem. De ensino técnico,
profissionalizante. Para ontem. Nossa
grade curricular é tão
superficial e supérflua, que o aluno
chega ao final do ensino médio
incapaz de conjugar um verbo, incapaz
de localizar a oração principal
de um período composto por
coordenação. Não sabe tabuada. Não sabe
regra de três. Não sabe calcular
juros. Não sabe o nome dos Estados
nem de suas capitais. Em casa não
sabe consertar o ferro de passar
roupa. Não é capaz de fritar um ovo.
O estudante e a estudantA
brasileiros só servem para prestar
vestibular, para mais nada. E tomar
bomba, o que é mais triste. Nossos
meninos e jovens lêem (quando
lêem), mas não compreendem o que
leram. Estamos na rabeira do mundo,
dona Dilma. Acorde! Digo isto com
conhecimento de causa porque domino
o assunto. Fui a vida toda professora
regente da escola pública
mineira, por opção política e
ideológica, apesar da humilhação a que
Minas submete seus professores. A
educação de Minas é uma vergonha, a
senhora é mineira (é?), sabe disto
tanto quanto eu. Meu contracheque
confirma o que estou informando.
Seu presente para as mães miseráveis
seria muito mais aplaudido se
anunciasse apenas duas decisões: um
programa nacional de planejamento
familiar a partir do seu exemplo,
como mãe de uma única filha, e uma
escola de um turno só, de doze horas.
Não sabe como fazer isto? Eu
ajudo. Releia Josué de Castro, A
GEOGRAFIA DA FOME. Releia Anísio
Teixeira. Releia tudo de Darcy
Ribeiro. Revisite os governos gaúcho e
fluminense de seu meio-conterrâneo e
companheiro de PDT, Leonel
Brizola. Convide o senador Cristovam
Buarque para um café-amigo, mesmo
que a Casa Civil torça o nariz. Ele
tem o mapa da mina.
A senhora se lembra dos CIEPs? É
disto que o Brasil precisa. De escola
em tempo integral, igual para as
crianças e adolescentes de todas as
camadas, miseráveis ou milionárias.
Escola com quatro refeições
diárias, escova de dente e banho. E
aulas objetivas, evidentemente.
Com biblioteca, auditório e natação.
Com um jardim bem cuidado,
sombreado, prazeroso. Com uma baita
horta, para aprendizado dos alunos
e abastecimento da cantina. Escola
adequada para os de zero a seis,
para estudantes de ensino fundamental
e para os de ensino médio, em
instalações para uns quinhentos alunos por
prédio. Escola no bairro, virando a
esquina de casa. De zero a
dezessete anos. Dê um pulinho na
Finlândia, dona Dilma. No "aerolula"
dá pra chegar num piscar de olhos. Vá
até lá ver como se gerencia a
educação pública com responsabilidade
e resultado. Enquanto os
finlandeses amam a escola, os
brasileiros a depredam. Lá eles
permanecem. Aqui a evasão é
exorbitante. Educação custa caro? Depende
do ponto de vista de quem analisa. Só
que educação não é despesa. É
investimento. E tem que ser feita por
qualquer gestor minimamente
sério e minimamente inteligente. Povo
educado ganha mais, consome
mais, come mais corretamente, adoece
menos e recolhe mais imposto para
as burras dos governos. Vale à pena investir mais em
educação do que
em caridade, pelo menos assim penso
eu, materialista convicta.
Antes que eu me esqueça e para ser
bem clara: planejamento familiar
não tem nada a ver com controle de
natalidade. Aliás, é a única medida
capaz de evitar a legalização do
controle de natalidade, que é uma
medida indesejável, apesar de alguns
países precisarem recorrer a ela.
Uberlândia, inspirada na lei de
Cascavel, Paraná, aprovou, em novembro
de 1992, a lei do planejamento
familiar. Nossa cidade foi a segunda do
Brasil a tomar esta iniciativa,
antecipando-se ao SUS. Eu, vereadora à
época, fui a autora da mesma e
declaro isto sem nenhuma vaidade,
apenas para a senhora saber com quem
está falando.
Senhora PresidentA, mesmo não tendo
votado na senhora, torço pelo
sucesso do seu governo como mulher e
como cidadã. Mas a maior torcida
é para que não lhe falte
discernimento, saúde nem coragem para
empunhar o chicote e bater forte, se
for preciso. A primeira chibatada
é o seu veto a este Código Florestal,
que ainda está muito ruim,
precisado de muito amadurecimento e
aprendizado. O planeta terra é
muito mais importante do que o lucro
do agronegócio e a histeria da
reforma agrária fajuta que vocês
estão promovendo. Sou fazendeira e
ao mesmo tempo educadora ambiental.
Exatamente por isto não perco a
sensatez. Deixe o Congresso pensar um pouco mais,
afinal, pensar não
dói e eles estão em Brasília, bem
instalados e bem remunerados, para
isto mesmo. E acautele-se durante o
processo eleitoral que se
aproxima. Pega mal quando um político
usa a máquina para beneficiar
seu partido e sua base aliada. Outros
usaram? E daí? A senhora não é
"os outros". A senhora á a
senhora, eleita pelo povo brasileiro para
ser a presidentA do Brasil, e não a
presidentA de um partidinho de
aluguel, qualquer.
Se conselho fosse bom a gente não
dava, vendia. Sei disto, é claro.
Assim mesmo vou aconselhá-la a pedir
desculpas às outras mães
excluídas do seu presente: as mães da
classe média baixa, da classe
média média, da classe média alta, e
da classe dominante, sabe por
quê? Porque somos nós, com marido ou
sem marido, que, junto com os
homens produtivos, geradores de
empregos, pagadores de impostos,
sustentamos a carruagem milionária e
a corte perdulária do seu governo
tendencioso, refém do PT e da base
aliada oportunista e voraz.
A senhora, confinada no seu palácio,
conhece ao vivo os beneficiários
da Bolsa-família? Os muitos que eu
conheço se recusam a aceitar
qualquer trabalho de carteira
assinada, por medo de perder o
benefício. Estou firmemente
convencida de que este novo programa,
BRASIL CARINHOSO, além de não
solucionar o problema de ninguém, ainda
tem o condão de produzir uma casta
inoperante, parasita social, sem
qualificação profissional, que não
levará nosso País a lugar nenhum.
E, o que é mais grave, com o excesso
de propaganda institucional feita
incessantemente pelo governo petista
na última década, o Brasil está
na mira dos desempregados do mundo
inteiro, a maioria qualificada, que
entrarão por todas as portas e
ocuparão todos os empregos disponíveis,
se contentando até mesmo com a
informalidade. E aí os brasileiros e
brasileiras vão ficar chupando prego,
entregues ao deus-dará, na
ociosidade que os levará à
delinqüência e às drogas.
Quem cala, consente. Eu não me calo.
Aos setenta e quatro anos, o que
eu mais queria era poder envelhecer
despreocupada, apesar da
pancadaria de 1964. Isto não está
sendo possível. Apesar de ter lutado
a vida toda para criar meus cinco
filhos, de ter educado milhares de
alunos na rede pública, o País que eu
vou legar aos meus descendentes
ainda está na estaca zero, com uma
legislação que deu a todos a
obrigação de votar e o direito de
votar e ser votado, mas gostou da
sacanagem de manter a maioria
silenciosa no ostracismo social,
desprecisada e desinteressada de enfrentar o desafio de
lutar por um
lugar ao sol, de ganhar o pão com o
suor do seu rosto. Sem dignidade,
mas com um título de eleitor na mão,
pronto para depositar um voto na
urna, a favor do político
paizão/mãezona que lhe dá alguma coisa. Dar
o peixe, ao invés de ensinar a
pescar, esta foi a escolha de vocês.
A senhora não pediu minha opinião,
mas vai mandar a fatura para eu
pagar. Vai. Tomou esta decisão sem me
consultar. Num país com taxa de
crescimento industrial abaixo de
zero, eu, agropecuarista,
burro-de-carga brasileiro, me dou o direito de pensar em voz
alta e o
dever de me colocar publicamente
contra este cafuné na cabeça dos
miseráveis. Vocês não chegaram ao
poder agora. Já faz nove anos, pense
bem! Torraram uma grana preta com o
FOME ZERO, o bolsa-escola, o
bolsa-família, o vale-gás, as ONGs
fajutas e outras esmolas que tais.
Esta sangria nos cofres públicos não
salvou ninguém? Não refrescou
niente? Gostaria que a senhora me mandasse o
mapeamento do Brasil
miserável e uma cópia dos estudos
feitos para avaliar o quantitativo
de miseráveis apurado pelo Palácio do
Planalto antes do anúncio do
BRASIL CARINHOSO. Quero fazer uma
continha de multiplicar e outra de
dividir, só para saber qual a parte
que me toca nesta chamada de
capital. Democracia é isto, minha cara. Transparência.
Não ofende.
Não dói.
Ah, antes que eu me esqueça, a
palavra certa é PRESIDENTE. Não sou
impertinente nem desrespeitosa, sou
apenas professora de latim,
francês e português. Por favor,
corrija esta informação.
Se eu mandar esta correspondência
pelo correio, talvez ela pare na
Casa Civil ou nas mãos de algum
assessor censor e a senhora nunca
saberá que desagradou alguém em algum
lugar. Então vai pela internet.
Com pessoas públicas a gente fala
publicamente para que alguém,
ciente, discorde ou concorde. O
contraditório é muito saudável.
Não gostei e desaprovo o BRASIL
CARINHOSO. Até o nome me incomoda.
R$2,00 (dois reais) por dia para cada
familiar de quem tem em casa uma
criança de zero a seis anos, é uma
esmolinha bem insignificante, bem
insultuosa, não é não, dona Dilma?
Carinho de presidentA da república
do Brasil neste momento, no meu
conceito, é uma campanha institucional
a favor da vasectomia e da laqueadura
em quem já produziu dois filhos.
É mais creche institucional e laica.
Mais escola pública e laica em
tempo integral com quatro refeições
diárias. É professor dentro da
sala de aula, do laboratório,
competente e bem remunerado. É ensino
profissionalizante e gente capacitada
para o mercado de trabalho.
Eu podia vociferar contra os
descalabros do poder público, fazer da
corrupção escandalosa o meu assunto
para esta catilinária. Mas não.
Prefiro me ocupar de algo mais grave,
muitíssimo mais grave, que é um
desvio de conduta de líderes
políticos desonestos, chamado populismo,
utilizado para destruir a dignidade
da massa ignara. Aliciar as
classes sociais menos favorecidas é
indecente e profundamente
desonesto. Eles são ingênuos, pobres
de espírito, analfabetos,
excluídos? Os miseráveis são. Mas votam, como qualquer cidadão
produtivo, pagador de impostos. Esta
é a jogada. Suja.
A televisão mostra ininterruptamente
imagens de desespero social.
Neste momento em todos os países,
pobres, emergentes ou ricos, a
população luta, grita, protesta,
mata, morre, reivindicando
oportunidade de trabalho. Enquanto
isto, aqui no País das Maravilhas,
a presidente risonha e ricamente
produzida anuncia um programa de
estímulo à vagabundagem. Estamos na
contramão da História, dona Dilma!
Pode ter certeza de que a senhora
conseguiu agredir a inteligência da
minoria de brasileiros e brasileiras
que mourejam dia após dia para
sustentar a máquina extraviada do
governo petista.
Último lembrete: a pobreza é uma
conseqüência da esmola. Corta a
esmola que a pobreza acaba, como dois
mais dois são quatro.Não me leve
a mal por este protesto público.
Tenho obrigação de protestar, sabe
por quê? Porque, de cada delírio seu, quem paga a
conta sou eu.
Atenciosamente,
Martha de Freitas Azevedo Pannunzio
Fazenda Água Limpa, Uberlândia, em
16-05-2012
<http://mce_host/compose?to=marthapannunzio@hotmail.com>
marthapannunzio@hotmail.com<http://mce_host/compose?to=marthapannunzio@hotmail.com>
CPF nº 394172806-78
Assinar:
Postagens (Atom)