quarta-feira, 21 de março de 2012

Discurso de Brizola no Exílio - Encontro de Lisboa

17/03/2012 - Quarta-feira, 17:14


E nós, trabalhistas, desejamos canalizar nossas energias, aspirando a que o nosso Partido venha a ser esse grande instrumento do povo brasileiro.

Continuação:



De pouco adiantará que nós trabalhistas amanhã concorramos a eleições, elejamos companheiros, prefeitos, governadores, Presidente da República. Isto nada significará, pelo contrário, será até um retrocesso, se essas responsabilidades na condução do País forem conquistadas sem que tudo isso seja respaldado por um grande Partido, por quadros preparado-se por soluções alternativas antecipadamente estudadas. Porque isso seria a condução de um companheiro para um cargo com uma multidão desorganizada atrás. O próprio presidente Vargas teve que dar um tiro no coração porque, para respaldá-lo não havia o povo organizado. Essa é a nossa grande tarefa. E se nós necessitarmos permanecer anos e anos na oposição organizando o nosso partido, não tem importância. O essencial é que o Partido se organize e adquira as dimensões que o nosso povo necessita para que então esse Partido seja o seu instrumento. Creio que a partir de agora, quando estamos vivendo ainda um período de indefinições, um período obscuro, sem nenhuma clareza com respeito à organização partidária, especialmente sobre o aspecto de sua legalidade, creio que existem no Brasil, já espaços políticos para se começar a tratar de reorganizar o nosso Partido. Esse é o depoimento de todos os companheiros e nós aqui fora chegamos a notar que realmente existem espaços políticos. Então temos que ir ocupando estes espaços. É verdade que nós não temos nenhum respaldo legal, mas existem espaços políticos reais, uma possibilidade real de organização. É verdade que muitos companheiros vacilam a esse respeito, seja porque isto ainda é uma incerteza, seja porque não sabem se o Partido pode ou não concorrer às eleições.


Continua na próxima Edição:

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