terça-feira, 27 de março de 2012

Dona Theresinha de Almeida Pinto lidera movimento para lançamento de filme sobre Geraldo dos Santos Pereira se tornar ato oficial

27/03/2012 - Terça-feira, 21:44


A pré-estréia do filme sobre a vida do cineasta rio-branquense Geraldo Santos Pereira, ainda neste semestre,  deverá se transformar em um evento oficial.  Para isto, a Professora Theresinha de Almeida Pinto, Diretora do Museu Municipal, assumiu a liderança do movimento.  E terá reunião no próximo sábado(31) com Secretária Municipal de Educação Maria de Lourdes Torres e demais pessoas envolvidas neste objetivo.
Geraldo Santos Pereira(2005)

Geraldo, Dona Theresinha e José Luiz(2005)

Dona Teresinha de Almeida Pinto(2005)

Professoras Maria de Lourdes Torres e Mara de Brito(2005)

Existe a consciência de que a importância de Geraldo precisa ser revelada para seus conterrâneos, como é para o mundo, no campo das artes e da cultura. E seu exemplo de luta e determinação serve de estímulo para as novas gerações acreditarem nas próprias potencialidades.

Geraldo é personalidade mundial não só no campo do cinema. É também escritor, pensador e filósofo, e, não raro, profeta, com elevada cultura histórica, que transmite em cada palestra e em cada artigo publicado na imprensa.  Descreve de forma didática e analítica os vários ciclos de cada época, com suas causas e consequências.  Lamentavelmente, no momento está limitado pelo mal de Alzaimer.  Enquanto gozava de plena capacidade intelectual explicou de maneira admirável os ciclos das grandes navegações, as civilizações egípcias, as andinas, o Barroco Mineiro, a era do café, da cana de açúcar.  Destacava para cada século uma predominância.  E disse que o Século XXI é o Século Amazônico.
Quando vemos as grandes potências invadirem os países ricos em bens naturais, predominantemente o petróleo, somos acometidos de preocupação em relação ao Brasil, que está cada vez mais  revelando riqueza com o ouro negro.  E a Amazônia, representando mais da metade do território brasileiro, contém riquezas infinitas na biodiversidade, há muito cobiçada pelos ‘donos’ do mundo. E já se sabe que em muitas áreas indígenas a penetração estrangeira domina e proíbe circulação de brasileiros. A previsão de Geraldo tem sinais evidentes de realidade.
Sua importância vai além da arte cinematográfica, na qual realizou proezas de profundo cunho artístico e cultural. Ele e seu irmão gêmeo Renado(falecido em 1999) revolucionaram em qualidade o cinema brasileiro que teve expoentes consideráveis em Gláuber Rocha, Humberto Mauro e Anselmo Duarte.
Não se podem desqualificar as chanchadas da Atlântica, que tiveram o mérito de manter no público o hábito de ver filmes brasileiros. Com seus recursos das comédias musicadas, procurava, com a presença de cantores populares do rádio manter os cinemas cheios e contribuíram para ajudar a sobreviver a Sétima Arte produzida no Brasil.
Geraldo e Renato se aprofundaram na qualidade da arte, com primor histórico e cultural. O Barroco Mineiro predominou no seu repertório, de onde produziram o primeiro filme a cores no Brasil: Rebelião em Vila Rica.  Maior expressão conquistaram com ‘O Aleijadinho – paixão, glória e suplício’. 
Do amigo Guimarães Rosa, Geraldo e Renato dramatizaram “Grande Sertão: Veredas”, que se transformou em minissérie para consumo popular na Televisão. JK e Ivo Pitanguy também fazem parte do seu grupo de amigos famosos.
                                 Ivo Pitanguy e Erick Leite
Temos na cidade os cineastas Jorge Luiz da Silva, Alexandre Begname e Jacynto Batalha. Para eles é muito interessante o lançamento do filme sobre a vida de Geraldo, em Visconde do Rio Branco, como estímulo e como exemplo de que a persistência faz parte da luta pela realização de um ideal.
                                          Grupo de Jorge Luiz  da Silva e Alexandre Begname

A história de Geraldo é mais um fator para despertar a mentalidade da população, dos empresários e dos administradores públicos para a exigência de uma casa de espetáculos destinada a cinema, teatro e demais apresentações de cunho artístico e cultural no Município. E Geraldo pregou em 2005, quando aqui esteve, a criação do Centro Cultural Guido Marlière
Por falta dessa casa de espetáculos, Dona Theresinha disse:
-  E, já que não temos cinema, improvisaríamos uma tela em praça pública. Seria ideal!
 
(Franklin Netto – franklin_netto@hotmail.com)

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