terça-feira, 1 de maio de 2012

A partir de Visconde do Rio Branco, nota-se como trabalhador é desvalorizado no Brasil


A partir de Visconde do Rio Branco, nota-se como trabalhador é desvalorizado no Brasil

Primeiro de Maio de 2012 - Terça-feira

O Município atingiu, em 2.009, o PIB per capita de R$ 13.390,47 por ano.  Equivale a uma renda mensal por pessoa de R$ 1.115,87.  Até um bebê contribui com a renda per capita, no consumo do leite e no uso da fralda. Do mesmo modo, o doente e o aposentado com seus medicamentos e com seus cuidados.
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Uma família em média de quatro pessoas contribui com R$ 4.463,48 por mês para o PIB – Produto Interno Bruto(Soma de todas as riquezas produzidas no Município).  Há famílias muito maiores. E que mais contribuem nessa projeção.  

Neste exemplo básico, se cada família recebesse a metade do que contribui,  para sobrevivência R$ 2.231,74, igual importância daria para o Estado manter a sua máquina nos níveis Municipal, Estadual e Federal, nos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Afinal, os 200 milhões de habitantes do País resultam em 50 milhões de famílias pela média estimada de quatro pessoas.

A renda per capita em Visconde do Rio Branco cresce a cada ano. Nada faz crer que ela haja diminuído de 2009 para 2010. O Brasil teve um crescimento de 6,5% nesse período. Saiu de R$ 16.634 para R$ 19.616).

Se esta cidade tiver passado por um crescimento igual, nossa renda per capita em 2010 terá chegado a R$ 4.753,60.  Já estamos em 2012, o país alcançou o status de 6ª Economia Mundial, à frente do Reino Unido. Se tivermos crescido na mesma proporção do Brasil, nossa renda familiar poderá ter atingido os R$ 5.400,00.  Divido pela metade(R$ 2.200,00), terá se aproximado do salário mínimo constitucional  calculado pelo DIEESE:   2012 - Março R$ 2.295,58.  Por aí se vê que o cálculo daquele Departamento não é ficção.  É uma necessidade de sobrevivência e um direito cientificamente viável. 

Veja-se que o PIB per capita desta cidade estava, em 2009, abaixo do de Minas Gerais(R$ 14.328,00), da Região Sudeste(R$ 22.147) e do Brasil(R$ 16.634).

Há municípios, estados e regiões desiguais, todo mundo sabe. Mas o Brasil é uma federação. Esse PIB per capita nacional de R$ 16.634 é 24,22% maior que o de Visconde do Rio Branco.  E menor do que o de alguns estados, regiões ou cidades. 

O Distrito Federal tem o maior PIB per capita do País: R$ 50.438,00; São Paulo o Segundo: R$ 26.202,00. O Piauí tem o menor: R$ 6.051,00.

Por essas diferenças, tem que prevalecer o espírito federativo, a solidariedade entre municípios, estados e regiões.  Neste território imenso há regiões onde o solo é fértil na superfície para a cultura agrícola; outras são áridas e com subsolo rico em petróleo e minérios.  Essas riquezas pertencem aos brasileiros de todos  os municípios que somados constituem o país, a pátria, a nação.  O PIB per capita Brasil tem de servir como diretriz para a justa distribuição da riqueza e fazer com que a menor remuneração de um trabalhador seja capaz de garantir-lhe o mínimo de sobrevivência e evolução de sua família, conforme o preceito constitucional: moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, reajustado periodicamente, de modo a preservar o poder aquisitivo, vedada sua vinculação para qualquer fim" (Constituição da República Federativa do Brasil, capítulo II, Dos Direitos Sociais, artigo 7º, inciso I).

Os R$ 622,00 destinados a remuneração de um trabalhador mal cobre a quarta parte de suas necessidades.

Mesmo diante dessa tremenda injustiça, vivemos momentos em que as classes dominantes, nelas incluídas as empresas multinacionais que exploram nossa mão de obra barata, pressionam o governo a subtrair direitos trabalhistas conquistados com sangue, suor e lágrimas. E o governo infelizmente cede com falácias enganadoras, como fez com a malfadada “desoneração da folha de pagamento”.  E estão querendo mais: acabar com o 13º salário, com o direito ao aviso prévio, com a aposentadoria acima de um salário mínimo. Tudo para baratear a força do trabalho e a dignidade do trabalhador. Estão querendo voltar ao trabalho escravo, sem o empregador ter necessidade de manter as suas “peças” nas senzalas. Transformar em material descartável; se ficar velho ou doente, pega e joga no lixo, como qualquer objeto que não rende mais. Na sua estratégia, existirá sempre um monte na fila a formar o “exército de mão de obra barata chorando por uma vaga”.

Neste Primeiro de Maio  que está acabando, o trabalhador brasileiro só tem de bom as lembranças de um passado de conquistas, que vão se esvaindo como água entre os dedos de mãos que tentam segurar um líquido impossível de conter.

(Franklin Netto – taxievoce@hotmail.com
 
 
 
 
 

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