quarta-feira, 30 de maio de 2012

Ensinos Espiritualistas – Sayonara(QUARAÍ-RS) – Mediunicamente


30/05/2012 - Quarta-feira



Recebidos por
William Stainton Moses
(A.        Oxon)



Seção XXIII
(A 2 de novembro de 1873, desviaram-me uma pergunta que eu ia fazer e deram-me uma comunicação sobre a revelação progressiva de Deus na parte da Igreja Universal de que fala a Bíblia: Revelação – haviam tido o cuidado de dizer-mo – que era apenas um dos inúmeros ramos colaterais dos ensinamentos; citarei deles algumas passagens, porquanto o resto já foi dito.)
Os mais antigos capítulos da Bíblia põem em relevo algumas figuras de homens nobres, que durante a vida corpórea foram iniciadores do resto do povo. Deus nunca se associou ao homem, conforme o modo antropomórfico descrito no Gênesis, mas permitiu aos seres de que falamos tivessem, depois de libertos da carne, o poder de inspirar os que lhes sucediam. Aquele que conheceis pelo nome Melquisedec abençoou Abraão e confiou-lhe o cuidado de continuar a sua grande missão. Abraão, celebrado pelos cristãos e maometanos, não era tão diretamente inspirado como o padre rei de Salém, e o seu poder ofuscou-se quando ele abandonou o corpo, tanto que nos séculos seguintes pouco se ocupou com a Humanidade. Foi Melquisedec quem voltou para formar o poderoso reformador, que fez saírem do Egito os israelitas. A perspicaz inteligência de Moisés tinha sido desenvolvida no que era então a melhor escola: a sabedoria esotérica do Egito. Uma forte vontade magnética adaptava-o ao papel de mestre, atraindo um poderoso grupo de Espíritos que agia por ele sobre os judeus e pelos judeus sobre o mundo.
Os preceitos que se perpetuaram até ao vosso tempo exprimiam uma parte da Verdade, e foram dados a Moisés por seus guias espirituais, sobre o cume isolado do Sinai, longe da balbúrdia de Israel e das baixas influências da Terra, pois Moisés sabia o que o homem esqueceu, que o insulamento completo é necessário à perfeita comunhão espiritual. Moisés e os seus guias naturalmente revelaram apenas uma tênue parcela da Verdade, que lhes era conhecida, sendo já bastante difícil fazê-la prevalecer, apesar das precauções tomadas para impressionar o ânimo dos homens.
Moisés por sua vez influenciou inúmeras gerações na qualidade de guia de Elias. Passando intencionalmente em silêncio outras manifestações do poder espiritual, afirmamos somente que de Melquisedec ao Cristo a continuidade dessa abençoada influência não cessou.
Elias, o grande mestre, o maior espírito da nação de Israel, recebeu amplamente a direção espiritual de Moisés. A veneração dos judeus por esses mestres está expressa na fábula que diz que Deus enterrou o corpo de Moisés e elevou aos céus o de Elias. É inútil garantir-vos que em tempo algum qualquer corpo material tenha sido transportado para o mundo espiritual. Eliseu continuou a obra de Elias, este último reapareceu em outras épocas e exerceu de novo uma grande influência. Na visão de João, o Divino, Moisés e Elias são representados, voltando a visitar a Terra em um futuro então remoto, que seria o tempo atual.
(Não compreendi absolutamente esta alusão à volta de Moisés e Elias, coincidindo com a nossa época contemporânea. Só ultimamente é que fui conduzido a referir-me a ela “os dois testemunhos” mencionados da Revelação, XI, 3 etc. E ainda eu não teria nela pensado se não fora uma brochura sobre o Apocalipse que um desconhecido me enviara. Essa brochura tratava “desses testemunhos” e das suas predições, e veio a propósito para elucidar o que eu não pudera compreender. Depois desse parêntese, voltando ao 2 de novembro de 1873, perguntei ainda se não tinha havido antes de Melquisedec outras pessoas eleitas para receber a Divina Inspiração.)
Certamente, apenas nos ocupamos da cadeia que conduz de elo em elo ao Cristo; deixamos na sombra o que a ela não se referia; mas dissemos expressamente que algures muitas pessoas receberam a Inspiração Divina. Sendo muito prolixo afastarmo-nos dos anais judaicos, mantemo-nos neles e vos falaremos de certos casos particulares.
Dissestes que podíamos contar com a exatidão literal dos antigos documentos. O Pentateuco é obra de um autor?
Os livros de que falais foram escritos para conservar antigas narrações, que se arriscavam a perder-se; supriu-se de memória o que faltava, fazendo-se pesquisas na tradição. Os anais originais dos dias anteriores a Moisés não existiam; a narração do Gênesis é em parte legendária, em parte imaginária, o resto de acordo com alguns manuscritos.
Os episódios da vida do mestre egípcio José são transcritos de acordo com manuscritos. Em nenhum caso os livros tais como os ledes são a obra daquele a quem os atribuem, pois foram compilados por Esdras e os seus escribas e só dão corpo às concepções e legendas dessa época já longínqua.
No que se refere à lei mosaica é mais exato, porque os fragmentos que continham o código foram por muito tempo conservados. Só nos ocupamos daquilo para abreviar argumentos que se queriam tirar desses textos, aliás inexatos, mesmo falsos em parte, salvo no que se refere a um fragmento do documento mosaico.
Dizeis imaginários?
Sim, querendo suprir os livros perdidos, recorreram à memória e à legenda.
Tratais ligeiramente a Abraão?
Não, mas comparado ao grande Espírito que foi junto dele o mensageiro de Deus, ele está em um plano inferior. Não é a opinião do homem, mas sim a nossa que está em discussão.
Que significa a expressão de terem sido arrebatados para o céu os corpos de Enoc e de Elias?
Isso é uma lenda. Os homens não podiam crer que os mestres, por eles venerados, fossem submetidos às mesmas regras dos que governavam o povo. Eles apenas podiam imaginar um deus antropomórfico e um céu bastante material. Mas é tempo de nos emanciparmos da massa informe de todas essas hipérboles.
† Imperator
Leia na próxima Edição: (amanhã, quinta, 31) 
Seção XXIV

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