segunda-feira, 28 de maio de 2012

Ensinos Espiritualistas – Sayonara(QUARAÍ-RS) – Mediunicamente

Ensinos Espiritualistas – Sayonara(QUARAÍ-RS) – Mediunicamente



Recebidos por
William Stainton Moses
(A.        Oxon)


Seção XXI

(Nessa época – outubro de 1873 –, não estava eu em condições de poder obter manifestação alguma capaz de me satisfazer. Só mais tarde foi que me apercebi das poderosas influências que de um lado me paralisavam os esforços e de outro me excitavam a examinar o passado. Compreendo hoje que eu estava submetido a um sistema de educação perfeitamente combinado. A influência que me dominava era de tal modo violenta que eu não podia repousar nem de dia nem de noite. Apenas quando trabalhava, o meu espírito estava ocupado pelo que tinha a fazer; eu estabelecera a regra inflexível, nunca violada, de durante esses dez anos cumprir sempre a minha tarefa cotidiana antes de voltar aos estudos que me absorviam absolutamente, desde que eu a eles me entregara.
Em conseqüência das minhas reflexões, concluí que não conseguiria coisa alguma se de novo reiterasse as objeções, às quais, a meu ver, Imperator estava longe de haver respondido categoricamente. A sua última réplica parecia-me ser uma argúcia especiosa. Jamais houvera eu negado as suas pretensões, ao passo que ele simulava ignorar o que se me figurava ser da última importância. Parecia-me a mim ter o direito absoluto de reclamar provas suficientes, relativamente à identidade, para satisfazer-me a razão e demonstrar-me que eu nem era o joguete da minha própria imaginação, nem de uma tentativa combinada para me enganar. Declarei-o pois de novo. Empreguei diligências para esperar e refletir, mas declarei firmemente não poder dar um passo mais, uma vez que vagas declarações não podiam ser tomadas como respostas e que a minha disposição de espírito não tinha sido lealmente descrita. Eu reconhecia que a citação da recusa de Jesus a dar provas, à exceção das que Ele próprio escolhesse, era, sem embargo, um argumento forte, mas também perigoso a avançar. Quanto à ameaça do abandono, isso seria deixar-me em meu estado atual de incerteza, para não dizer de incredulidade, o que me conduziria a rejeitar esses estudos como meada confusa que eu renunciaria a desembaraçar. Resposta:)
Amigo, estamos dispostos a reconhecer o valor da réplica e não queremos censurar o vosso desejo de informação, mas frisar simplesmente a atitude do vosso espírito muito ansioso e desconfiado.
(Vinham em seguida novas recomendações sobre as sessões e a proibição formal de me ocupar de experimentações físicas quaisquer; reiteravam-se-me as observações feitas nos dias precedentes.
No dia seguinte, 4 de outubro de 1873, a escrita continuou; não reproduzo uma parte da comunicação que me era exclusivamente pessoal e começava, com muita solenidade, por uma invocação; também abandono o resto, com pesar, por ainda se relacionar muito comigo.)
Eu, servo de Deus, ministro do Altíssimo, guia e anjo da guarda do vosso espírito, imploro para vós a divina bênção. Possam as influências invisíveis e mais poderosas que vos rodeiam agir pelo vosso bem. Fomos fortemente impelidos a esperar antes que a renunciar a impelir-vos para a estrada desejada. X (um amigo recentemente falecido, o qual se havia comunicado comigo logo depois da sua partida) insistiu particularmente nesse sentido, pois acabava de deixar-vos e de se assenhorear melhor das dificuldades que vos assaltam; estamos de tal modo impregnados da verdade de tudo quanto vos parece duvidoso, que apenas podemos conceber a vossa posição. Tínhamos pensado que, se estivésseis privado da comunhão espiritual pela ausência das comunicações, o vosso espírito voltaria provavelmente ao passado e saberia tirar disso lições úteis; mas, recusando inteiramente servir-nos do poder existente em vós, não podemos suprimi-lo, e então outros podem apoderar-se dele e anular inteiramente o nosso trabalho; não ousamos porém correr esse risco. Não desconhecemos que o nosso abandono vos lançaria sem dúvida na incredulidade, pois o hábito de dedução puramente lógica, que substitui em vós a intuição, apagaria as impressões produzidas sobre vós pelas nossas relações quase cotidianas.
Detende-vos antes de rejeitar o que não é jamais oferecido duas vezes a ninguém, e pensai que recusando isso expondes-vos por séculos a vicissitudes cruéis, ao passo que, aceitando, ides para uma luz fortificante e sempre evolutiva.
Orai, orai, as nossas preces se confundirão com as vossas.
Pai! Eterno! Infinito! Sapientíssimo! Aproximamo-nos de Ti e diante de Ti colocamos as nossas súplicas, pois sabemos que ouves e que responderás às nossas preces. Deus Eterno, afasta da nossa estrada os obstáculos que nos detêm. Pai amante, espalha no coração vacilante o raio luminoso que esclarece os recônditos obscuros e expulsa o inimigo. Poderoso Mestre! Permite essa consolação, da qual temos necessidade.
Grande é o labor, grande deve ser o amor, grande é a obra, grande o poder. Concede o Poder, Todo-Poderoso! Recebe os nossos louvores. Diante de Ti testemunhamos a nossa grata adoração; a Ti levamos a livre oferenda dos nossos testemunhos de amor. Tudo o que é espírito Te glorifica, Te bendiz e Te adora através do Teu Universo.
Imperator
(A comunicação supra encerrou praticamente essa fase de argumentos. Senti-me convencido, pois a suspensão da controvérsia e em geral de todo gênero de comunhão com o mundo dos Espíritos deixou-me livre de examinar o passado.
Eu julgava com mais calma, inteiramente entregue a mim mesmo, e a convicção da sinceridade e da verdade das comunicações aumentou lentamente em meu espírito, ou antes devo confessar que a fé foi perceptivelmente aumentada e a dúvida imperceptivelmente afastada.)

Leia na próxima Edição:
Seção XXII

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