quarta-feira, 2 de maio de 2012

Ensinos Espiritualistas – Sayonara(QUARAÍ-RS) – Mediunicamente

02/05/2012 - Quarta-feira


Recebidos por
William Stainton Moses

Seção IV

(As páginas anteriores foram escolhidas dentre uma quantidade de comunicações escritas durante os meses de maio e agosto de 1873. Nessa época, a escrita tinha-se tornado fácil, parecendo que era preciso menos esforço para achar as palavras apropriadas. Vários fatos e narrações exatas sobre a vida de alguns Espíritos tinham já sido referidos. Por exemplo, a 22 de maio de 1873, eu escrevia sobre um assunto completamente diverso, quando a comunicação foi suspensa e traçado o nome de Tomás Auguste Arne, declarando que se comunicava comigo por causa do seu interesse por um dos meus discípulos, filho do Dr. Speer, o qual patenteava grande capacidade musical. Eu estava então profundamente impressionado pelo caráter da escrita automática e pelas informações recebidas. Perguntei primeiro se poderia obter de Arne, por intermédio do Espírito Doctor (que escrevia), algumas indicações exatas sobre sua vida. O pedido foi acolhido sem demora. A data do nascimento de Arne (1710), a sua Escola (Eton), o seu professor de violino (Festing), as suas obras, ou antes, oito ou nove dentre elas, o fato de a Rule Britannia estar contida na Masque d’Alfred e outras particularidades minuciosas foram dadas sem a menor hesitação. Profundamente surpreendido ao receber tantas informações, não somente estranhas a mim mas às minhas disposições e aos meus pensamentos, pois sou, em matéria de música, de uma ignorância completa, sendo que nada absolutamente li sobre esse assunto, perguntei como era possível fornecer tantas informações exatas. Responderam que era muito difícil, e somente possível quando o médium se achava em um estado absolutamente passivo e receptivo; que, quando os Espíritos tinham acesso às fontes de informações, podiam utilizar-se delas e avivar as suas idéias. Perguntei: Como? – Lendo sob certas condições com um fim determinado, ou informando-se, como o faz o homem; conquanto possível, é isso menos fácil aos Espíritos.
Podia o meu próprio amigo obter informações? – Não; ele tinha deixado a Terra havia muito tempo, mas designou dois Espíritos habituados a escreverem algumas vezes e capazes de preencherem essa tarefa.
Pedi que trouxessem um deles.
Esperando um discípulo, eu estava sentado em um quarto estranho que servia de sala de estudo e cujas paredes eram guarnecidas de prateleiras cheias de livros.
A escrita parou. Depois de um intervalo de alguns minutos, recomeçou diversamente.)
Podeis ler?
Não, amigo, não posso, mas Zachary Gray e Rector o podem; não sou capaz de me materializar ou de ter ação sobre os elementos.
Um desses Espíritos está aí?
Irei buscar um deles já e o apresentarei. Rector está aí.
Disseram-me que podeis ler. É verdade? Podeis ler em um livro?
(A escrita muda.)
Posso, amigo, com dificuldade.
Quereis escrever-me a última linha do primeiro livro da Eneida?
Esperai. Omnibus errantem terris et fluctibus œstas.
(Era exato.)
Exato. Mas é possível que eu tivesse conhecido esse verso; podeis ir à biblioteca, tomar o penúltimo livro sobre a segunda prateleira e ler o último parágrafo da página 94? Não o vi e ignoro mesmo o seu nome.
“Provarei brevemente, por uma curta narração histórica, que o papado é uma novidade que gradualmente se elevou ou surgiu desde a época primitiva e pura do Cristianismo, não somente após a idade apostólica, mas desde a lamentável união da Igreja e do Estado, por Constantino.”
(Examinando-se o livro verificou-se ser ele uma singular obra, intitulada: Roger’s Antipopopriestian, uma tentativa para purificar o Cristianismo, libertando-o do papado, da política e do sacerdócio. “O extrato acima era exato, exceto a palavra “narração”, que substituiu o termo “conto”.)
Como caí em uma passagem tão apropriada?
Não sei, meu amigo; foi uma coincidência. A palavra foi trocada por erro. Apercebi-me dele quando já estava cometido, mas eu não quis retificar.
Como ledes? Escreveis mais lentamente, por saltos e sacudiduras?
Escrevi aquilo de que me lembrava e em seguida fui ler mais. É preciso um esforço especial para ler, sendo isso apenas útil como prova. O vosso amigo tinha razão ontem à noite; podemos ler, porém somente quando as condições forem muito boas. Leremos uma vez ainda e escreveremos, indicando-vos depois o livro de que nos servimos: “Pope é o último grande escritor dessa escola de poesia, a poesia intelectual, ou, antes, do intelectual misturado com a imaginação.” Isto está escrito exatamente. Ide e tomai o 11º volume em cima da mesma prateleira (tomei um livro intitulado Poesia, Romance e Retórica); ele se abrirá na própria página, lede e reconhecei o nosso poderio e a permissão que nos é dada de vos mostrar o nosso poder sobre a matéria. Glória a Deus. Amém.
(O livro abriu-se na página 145; a citação era perfeitamente exata. Eu não conhecia esse livro e não tinha, por conseqüência, nenhuma idéia do que ele continha.)

Leia na próxima Edição:

Apêndice à Seção IV


Nenhum comentário:

Postar um comentário