sexta-feira, 13 de abril de 2012

DITADURA DEMOCRÁTICA, DEMOCRACIA DITATORIAL E O SALÁRIO MÍNIMO

 13/04/2012 - Sexta-feira, 18:39


Durante a Ditadura Militar, um embaixador estadunidense disse que só na Democracia acontece isto. Era um concurso de Miss Brasil. Foi estupendamente vaiado. A vaia ainda não estava sob censura.
Naquele tempo, o povo sabia com antecedência de quatro anos quem seria o próximo presidente da república. Só faltava dizer que somente na “Democracia” plena isto acontece.
Agora vemos, pelo noticiário da Agência Brasil de hoje, qual vai ser o salário mínimo do ano que vem(2013), de 2014 e 2015, com os respectivos percentuais. E terão um acúmulo somado nesses anos de 29%!  Salve!  Somente numa “democracia” isto acontece.
Para ser mais democrático, o governo e sua equipe econômica deveriam divulgar o aumento do salário dos parlamentares, dos membros do executivo – destaque para a equipe econômica – e do poder judiciário.
Poderiam acrescentar mais: qual vai ser a carga tributária, a economia para pagar juros da dívida pública(interna e externa), o investimento em educação, saúde, moradia, transporte, lazer. O povo ficaria satisfeito por saber qual seria inflação para as várias camadas sociais, pois existem variantes diferentes em relação à idade e ao nível de vida, baseado na renda familiar sobre o número de salários mínimos.
Tem mais: e o preço dos remédios?  Quanto custarão os de uso contínuo e os esporádicos. Saber a variação dos aluguéis é outro fator a ser coberto pelo salário mínimo.
E as tarifas de água, luz, telefone? 
Sapato, roupas, lazer, os ingressos para os jogos de futebol, anda mais que o Brasil será o anfitrião da Copa do Mundo em 2014. Está dentro do período de determinação do salário mínimo.
A equipe econômica, com sua ação “democrática” sobre o salário mínimo dispensa os movimentos sindicais do trabalho de reivindicar  melhorias para cada classe. Os tecnocratas antecipam-se às ações das organizações trabalhistas, que poderão dedicar seu tempo a outras atividades em favor das classes que representam. Muitos deles já estão lotados nos quadros do governo e poderão “conversar” melhor com os “companheiros” do poder.
Se o povo ficar sabendo com antecedência do quanto vai ter que gastar para viver, cada um poderá fazer um plano trienal de vida, já que sabe o quanto vai ganhar. Com a receita e despesa individuais estabelecidas, muitos farão o milagre da multiplicação dos pães. Com esse salário correspondente a um quarto das necessidades, o milagre deverá proporcionar a alguns – ou quem sabe a todos? – a oportunidade de fazer uma economiazinha, uma poupança nada compulsória, para comprar a casa dos sonhos, ou prover estudos de filhos e ter na família algum doutor, o sonho de todo pai quando nasce o filho.
Vemos uma democracia atípica. O sistema econômico neoliberal deixa os preços serem determinados pela economia de mercado.  Só não conseguimos entender por que os salários são fixados com antecedência, tabelados com tanta generosidade. Será por que o Partido do governo é dos Trabalhadores?
Não se pode negar que seja democrático. Na verdade o povo “escolhe” seus dirigentes nos municípios, nos estados e na esfera mais alta concentrada em Brasília.
E os dirigentes escolhidos dão uma demonstração de soberania, quando sempre vão aos Estados Unidos antes de comporem a equipe econômica. E de lá, no recôndito do país mais poderoso do mundo, têm a petulância de anunciar, nome por nome, os componentes que vão comandar a economia deste Brasil, gigante e varonil.
O trabalhador já sabe o quanto vai receber até 2015.  Certamente vai saber quanto vão ganhar o seu prefeito, o seu vereador, o governador, os deputados estaduais e federais, os senadores, os membros de primeiro escalão do governo, a presidenta da República.  Deverá saber também o preço do pão, do feijão, do futebol e do circo.
E cada um vai poder fazer o papel de seu próprio ministro do planejamento para si e para sua família.
Isto só acontece em uma democracia!

(Franklin Netto – taxievoce@hotmail.com)
   

LDO projeta salário mínimo de R$ 667,75 para o ano que vem

13/04/2012 - 14h51
·         Economia
Wellton Máximo e Luciene Cruz
Repórteres da Agência Brasil

Brasília – O salário mínimo em 2013 poderá chegar a R$ 667,75, o que corresponde a um reajuste de 7,3% em relação ao atual. O valor consta no projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), divulgado nesta sexta-feira (13) pelo Ministério do Planejamento. A equipe econômica projeta ainda mínimo de R$ 729,20 para 2014 e de R$ 803,93 para o ano seguinte – o que resulta em aumento de 29% acumulados até 2015.

A LDO apresenta os parâmetros que servirão de base para a elaboração do Orçamento-Geral da União do próximo ano. O projeto manteve as projeções oficiais para a inflação e para o crescimento econômico.

O crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) continuou estimado em 5,5% para 2013. A inflação pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) também não variou em relação aos números divulgados em fevereiro pela equipe econômica e ficou em 4,5%, um pouco menos que os 4,7% estimados para este ano.

O Planejamento estima taxa de câmbio média de R$ 1,84 para 2013, contra a taxa de R$ 1,76 em 2012. Os juros básicos da economia, de acordo com o projeto da LDO, deverão encerrar 2012 em 9,75% ao ano e atingir 8,5% ao ano no fim de 2013.

Edição: Carolina Sarres



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