segunda-feira, 30 de abril de 2012

Ensinos Espiritualistas – Sayonara(QUARAÍ-RS) – Mediunicamente

30/04/2012 - Segunda-feira


Recebidos por
William Stainton Moses


Seção II
(As respostas dadas nesta segunda seção são da mesma fonte. A conversa começou por algumas perguntas sobre o que podia prestar mais serviços à vida do Espírito durante a sua aprendizagem terrestre. Deu-se grande importância ao coração e à cabeça, indispensáveis ao desenvolvimento gradual, regular, dos poderes do corpo e insistiu-se sobre a inteligência e a afeição. Disse-se que a falta de equilíbrio era uma grande causa da retrogradação, ou da incapacidade para o progresso. Apresentei o filantropo como o tipo humano que mais se relaciona com o ideal. Eis a resposta:)
O verdadeiro filantropo, o homem que tem no coração o interesse e vela pelo progresso dos seus irmãos, é o homem tipo, o verdadeiro filho do Todo-Poderoso, que é o Grande Filantropo. O verdadeiro filantropo é o que se eleva todas as horas com o fim de se assemelhar a Deus. Ele se satisfaz pelo constante exercício das simpatias eternas, no desenvolvimento das quais o homem acha uma felicidade que aumenta sem cessar. O filantropo e o filósofo, o homem que ama a Humanidade e o que ama a Ciência pelo que ela vale, esses para Deus são jóias de inestimável valor, e o que lhes é prometido é ilimitado. Esse, a quem nenhuma restrição de raça ou de lugar, de crença ou de nome embaraça, envolve com o seu amor a Humanidade inteira. Ele ama todos os homens como irmãos, não pergunta quais são as suas opiniões, só vê as suas necessidades e, por incutir-lhes conhecimentos progressivos, é abençoado. É esse o filantropo, e não aquele que ama os que pensam como ele, que ajuda os que o adulam e dá esmola para que a sua ação generosa seja conhecida; em antagonismo com a verdadeira filantropia, ele procura encobrir em si a aparência dessa beneficência, que é o seu característico. O outro, o filósofo, separado das teorias, sobre o que deveria existir e por conseqüência existiu, emancipado de toda a subordinação às opiniões sectárias, dos dogmas de uma escola especial, livre de preconceitos, presta-se a receber a verdade, qualquer que ela seja, logo que fique demonstrada; pesquisa nos mistérios da divina Sabedoria e, pesquisando, acha a sua felicidade.
Não há que recear esgotarem-se-lhe os tesouros, pois eles são inexauríveis. A sua alegria, através da vida, é obter sucessivamente mais conhecimentos ricos e idéias mais verdadeiras de Deus. A união do filantropo e do filósofo realiza o homem perfeito; aqueles que possuem essas duas qualidades elevam-se mais rapidamente do que os Espíritos que progridem sem elas.
Dizeis a sua vida. A vida é eterna?
Sim; temos todas as razões para o acreditar. A vida tem duas fases: a progressiva e a contemplativa. Nós, que estamos em progresso e que esperamos progredir durante miríades sem-número de séculos, como dizeis, depois do ponto mais distanciado ao qual o vosso espírito limitado possa atingir, nada sabemos da vida de contemplação. Acreditamos, porém, que longe, bem longe, na vasta eternidade haverá um período ao qual as almas adiantadas atingirão eventualmente, quando os seus progressos as conduzirem à mansão do Onipotente, onde elas despojarão o seu primeiro estado e se banharão na abundante luz da Divindade, contemplando os segredos do Universo. Disso não vos podemos falar, pois é muito elevado; não adejeis em tais alturas. A vida é sem-fim, como o entendeis, mas só a aproximação do limiar vos pertence e não a entrada no templo interior.
É certo. Tendes melhor conhecimento de Deus do que tínheis aqui na Terra?
Temos melhor conhecimento das operações do seu amor, dos atos desse bem-aventurado poder que fiscaliza e guia os mundos. Temos conhecimento dEle, mas não o conhecemos, nem o conheceremos como o entendeis, até que entremos na vida de contemplação. Ele apenas nos é conhecido pelos seus atos.
(Em outras conversas, fiz ainda alusão do conflito entre o bem e o mal, sendo-me dada uma longa resposta a essa pergunta, ou antes ao que estava em meu pensamento. Disse-me que a tempestade desabaria com intervalos de calma, durante dez a doze anos, seguindo-se depois um período de calmaria. Foi esse o único caso notável, em que nos aventuramos a profetizar. Posto que as idéias desse ditado tenham sido depois repetidas com mais energia e precisão, apresento-o tal qual para mostrar o caráter do ensinamento nessa época.)
O que ouvis são os primeiros murmúrios de um conflito que será longo e árduo; são ocorrências periódicas. Se lêsseis a história do mundo com os olhos do espírito, veríeis que sempre houve batalhas renovadas em certos períodos entre o bem e o mal. Fases houve em que as inteligências não desenvolvidas predominaram, fases especialmente conseqüentes das grandes guerras que arrebentam entre vós. Muitos Espíritos saem prematuramente do corpo, deixando-o antes de preparados para isso, e na hora da partida ficam irritados, sedentos de sangue, transbordando más paixões e conservando-se por muito tempo prejudiciais na vida de além-túmulo.
Nada é mais perigoso para as almas do que serem bruscamente separadas do invólucro corpóreo e lançadas na vida espiritual, agitadas por violentas paixões, dominadas por sentimentos de vingança. É muito prejudicial ser uma alma atirada fora da vida terrestre sem que seja o laço cortado por efeito da morte natural. Toda destruição de vida corpórea é selvageria e loucura; selvageria, demonstrando uma bárbara ignorância das condições de vida e progresso, na vida de além-túmulo; loucura, por libertar de seus óbices um Espírito atrasado, irritado, que obtém assim mais intensa a capacidade malfazeja.
Sois cegos e ignorantes em vossos atos para com aqueles que ofendem as vossas leis ou as regras morais e restritas que governam as relações sociais. Em presença de uma alma degradada, cometendo delitos contra a moral e as leis constituídas, tomais logo as medidas mais apropriadas para aumentar a sua capacidade criminal. Em vez de subtrair tal ser das más influências, de lhe evitar todo o contato vicioso, isolando-o sob a influência educadora da verdadeira espiritualidade onde as inteligências mais elevadas possam contrabalançar o pernicioso poder do mal, o colocais no meio de insalubres associações, em companhia de culpados como ele, onde a própria atmosfera está saturada de vício, onde os espíritos não desenvolvidos se aglomeram e onde, pelas aglomerações humanas e pelas influências espirituais, as tendências são completamente más.
Pueril e curta vista! Não podemos entrar em vossos antros de criminosos. Os Espíritos missionários se retraem e consideram infrutífera a sua missão, choram em presença de uma associação humana e espiritual malfazeja, formada contra eles pela ignorância insensata do homem. Com um tal método, não é de admirar que tenhais adquirido a convicção de que a disposição declarada para o crime é raras vezes sanável; sois vós próprios os cúmplices manifestos desses Espíritos, que assistem com alegria às quedas que estimularam. Quantas almas desviadas, por ignorância ou por escolha, saíram dos cárceres, endurecidas e seguidas de guias perigosos, não o sabeis nem nunca podeis sabê-lo. Mas se quiserdes experimentar um melhor sistema para os culpados, obtereis um lucro perceptível, e incalculáveis bênçãos seriam conferidas aos mal guiados e aos viciosos.
Deveríeis instruir os vossos criminosos; deveríeis puni-los como o são aqui, pela demonstração do dano que fizeram resvalar sobre eles próprios, cometendo faltas que retardam o seu futuro progresso. Deveríeis colocá-los onde espíritos adiantados e ardentes, entre vós, pudessem incutir-lhes a aversão ao pecado e a sede do bem, onde os bandos dos Bem-aventurados pudessem auxiliar os seus esforços e os Espíritos das mais elevadas esferas pudessem espalhar por sobre eles a sua reconfortante e benigna influência. Porém, reunis os espíritos perigosos e os castigais barbaramente com vinganças e crueldades, tratando-os como pessoas das quais nada mais se pode esperar, e o homem que foi a vítima da vossa ignorante repressão prossegue em sua louca carreira de pecado suicida, até que acrescentais, à série dos vossos atos insensatos, o último e pior; eliminais o culpado. Vós o libertais do grande freio das suas paixões e o mandais trabalhar, sem obstáculo, na vida de além-túmulo, sob a infernal sugestão das suas paixões irritadas.
Cegos! Cegos! Não sabeis o que fazeis. Sois os vossos piores inimigos, os verdadeiros aliados daqueles que lutam contra Deus, contra nós e contra vós próprios. Arrogai-vos falsamente o direito, pela Lei Divina, de derramar o sangue humano. Errais, e não sabeis que os espíritos assim maltratados vingar-se-ão por sua vez de vós. Tendes ainda que aprender os primeiros princípios dessa divina e piedosa ternura que trabalha, mesmo por nosso intermédio, para libertar o espírito viciado, a fim de reerguê-lo das profundezas do pecado e da paixão, para elevá-lo à pureza e ao progresso. Formastes um Deus cujos atos estão de acordo com os vossos próprios instintos; inventastes que Ele reside no Alto, indiferente à sorte das suas criaturas, cioso somente do seu próprio poder e da sua honra. Fabricastes um monstro que se compraz em estragar, em matar, em torturar, um Deus que se regozija infligindo amargos castigos sem-fim nem alívio. Fizestes Deus pronunciar palavras que Ele nunca conheceu, atribuís-lhe leis que Ele reprovaria.
Deus, o nosso caro Deus, amante, terno, piedoso, regozijar-se punindo com mão cruel a seus filhos desgarrados e ignorantes! Desprezível fábula! Baixa e louca concepção nascida do espírito brutal, grosseiro e limitado do homem.
Grande Pai! revela-te a esses cegos ociosos e ilumina-os para que eles te conheçam. Dize-lhes que fazem mau juízo de ti, que te não conhecem nem podem conhecer-te até que apaguem as suas ignorantes concepções da tua natureza e do teu amor.
Sim, amigo, os vossos cárceres, o homicídio legal e todo o conjunto do vosso processo criminal é baseado no erro e na ignorância. As guerras e massacres em massa são ainda mais pavorosos. Estabeleceis desavenças com os vossos vizinhos, que deveriam ser amigos, impelindo massas de espíritos, uns contra os outros – nós não vemos o corpo; só cuidamos do espírito, temporariamente vestido com átomos humanos – e levais esses espíritos ao auge da raiva e do furor, e assim os atirais, bruscamente, na vida espiritual, e os desencarnados ainda ligados à Terra, animados das mesmas horrendas paixões, formam multidões e incitam viciosos, que ainda não deixaram os corpos, a cometer crueldades e violências.
Ah! amigo, tendes muito, muito que aprender, e a triste obrigação de desfazer depois o que fazeis agora vos convencerá disso. Aprendei primeiro a lição de ouro: que Piedade e Amor são a sabedoria, e não a vingança nem os castigos rancorosos. É preciso que conheçais Deus, nós e vós mesmos, para vos colocardes em estado de progredir e de participar dos nossos trabalhos em vez de ajudar aos dos nossos adversários.
Amigo, quando vos pretenderem tomar informações acerca da utilidade da nossa comunicação e dos benefícios que pode conferir àqueles a quem o Pai a envia, dizei que ela é um Evangelho a revelar um Deus de ternura, de piedade e amor, em vez de uma fabulosa divindade rigorosa e cruelmente apaixonada; dizei que ela os levará a conhecer Inteligências cuja vida inteira é amor, é misericórdia, e auxílio eficaz para o homem, combinado com a adoração do Supremo; dizei que a nossa palavra conduzirá o homem a ver a sua própria loucura, a rejeitar as suas falsas teorias, a cultivar a sua inteligência para que ela progrida, a utilizar-se de todas as ocasiões oportunas para servir aos seus semelhantes, a fim de que, nos encontros extraterrestres, lhe não possam exprobrar ter sido por eles obstados ou prejudicados.
Dizei que tal é a nossa gloriosa missão; se fordes ridicularizados à maneira dos ignorantes que se ufanam de um saber imaginário, voltai-vos para as almas progressistas, que receberam o ensino de sabedoria; falai-lhes da comunicação da divina Verdade que regenerará o mundo e orai pelos cegos, a fim de que, quando seus olhos se abrirem, eles não se aflijam com o espetáculo que se lhes deparará.

Leia na próxima Edição:   Seção III

Nenhum comentário:

Postar um comentário