quinta-feira, 26 de abril de 2012

Ensinos Espiritualistas – Sayonara(QUARAÍ-RS) - Mediunicamente

26/04/2012 - Quinta-feira, 18:35



Recebidos por
William Stainton Moses


Seção I
(Depois de uma conversa sobre a época atual e seus característicos, obtive o seguinte:)
Fazem-se especiais esforços para espalhar o conhecimento de uma verdade progressiva; esforços dos mensageiros de Deus aos quais resistem agora como sempre às hordas dos adversários. A história do mundo é a história da luta entre o bem e o mal; Deus e a virtude de um lado, e a ignorância, o vício e o mal – espiritual, mental e corporal – do outro. Há períodos – e atravessamos um deles – durante os quais se produzem esforços extraordinários. O exército dos mensageiros de Deus está reunido em grande força. Os homens são influenciados, os conhecimentos se espalham e o fim se aproxima. Temei pelos desertores, pelos fracos de espírito, pelos contemporizadores, pelos curiosos frívolos. Temei por eles, mas não pela causa da verdade de Deus.
Sim; mas como tantas almas que duvidam podem saber o que é a verdade de Deus? Muitas procuram ansiosamente sem achá-la.
Aqueles que procuram ansiosamente acham sempre, ainda que tenham de esperar muito, mesmo até que cheguem a uma esfera mais elevada da existência. Deus experimenta todos, mas somente àqueles que se acham preparados é concedido o conhecimento superior. A preparação deve ser completa antes do degrau transposto. Isso é uma lei inalterável. A aptidão precede a progressão. A paciência é exigida.
Sim; mas os obstáculos provenientes das dissensões interiores, da impossibilidade de provar a evidência, dos preconceitos, de muitas outras causas parecem quase invencíveis.
Para vós. Por que intervir no que é a obra de Deus? Obstáculos! Não sabeis o que eles são, comparados aos que suportamos no passado. Tivésseis vivido na Terra nos últimos dias da Roma imperial e teríeis aprendido então o que conseguem as forças das trevas coligadas. Tudo o que era espiritual tinha fugido de horror de um império impregnado de deboche, de sensualidade e de tudo o que era baixo e mau. A frieza era a algidez do desespero; a escuridão era a obscuridade do sepulcro. O corpo, o corpo era tudo, e os guias espavoridos fugiam de uma cena que não podiam contemplar e cujos males não podiam aliviar. Havia realmente a pior incredulidade. O mundo não só nos desprezava como também aos nossos esforços; a virtude era ridicularizada, o Supremo amesquinhado, a imortalidade escarnecida, e só se vivia para comer, beber e revolver-se no lodaçal. Os aviltados, quais animais degradados, fizeram-se a si próprios. Oh! sim! não digais que o mal é invencível quando o poder de Deus e dos Espíritos prevaleceu para purificar semelhante lodaçal.
(Estendeu-se ainda a conversa sobre o insucesso repetido de planos benéficos para o homem, insucesso motivado pela sua ignorância e obstinação. Perguntei se o esforço atual seria outro insucesso.)
Deus dá muito mais que o que pensais. De todos os lados se formam centros donde a verdade de Deus se derrama nos corações ansiosos e impregna os espíritos pensadores. Há muitas almas para quem a palavra dada outrora é suficiente, por não estarem preparadas para receber outra nova; com essas não nos ocupamos. Mas muitas almas há, também, conhecedoras do que o passado lhes ensinou, aspirantes a um outro conhecimento, que lhes é dado à medida que o Altíssimo vai julgando oportuno.
Por essas almas, melhor instruídas, a verdade se transmite a outras, e as gloriosas novidades se propagam até ao dia em que formos chamados a proclamá-las do alto da montanha, quando os fiéis de Deus, ocultos, surgirem dos seus fracos refúgios terrestres para levar o testemunho do que viram e aprenderam; os pequenos regatos abandonados pelo homem se reunirão e o rio da verdade de Deus, onipotente em sua energia, inundará a terra e arrastará em sua irresistível correnteza a ignorância e a incredulidade, a loucura e o pecado, que agora vos amedrontam e inquietam.
Essa nova revelação de que falais é contrária à antiga? Muito se tem meditado sobre esse assunto.
A revelação vem de Deus e o que Ele revelou em uma época não pode contradizer em outra. Cada revelação, na espécie, é uma revelação de verdade, mas de verdade revelada na proporção das necessidades do homem e de acordo com as suas capacidades. O que parece contraditório não está na palavra de Deus, mas sim no espírito do homem, o qual não se contenta com a simples comunicação, mas adultera-a conforme as suas glosas, sobrecarrega-a consoante as suas deduções e especulações, e assim, decorrendo os anos, aconteceu que o que vinha de Deus tornou-se desfigurado, contraditório, impuro e terrestre. Em vez de poder adaptar racionalmente a revelação seguinte à precedente, tornou-se necessário rejeitar a superstição acumulada sobre os velhos alicerces; e o trabalho de eliminação deve preceder o de adição. As revelações não são contraditórias, mas é indispensável fazer desaparecerem os fragmentos amontoados pelo homem antes que a verdade de Deus possa ser de novo revelada. O homem deve julgar conforme a luz da sua própria razão. É a última pedra de toque por onde a alma progressista aceitará o que a ignorante ou cheia de preconceitos recusar. A verdade de Deus não é imposta a ninguém. Em certos tempos passados houve também revelação especial para um povo especial. Tem sempre sido assim. Moisés obteve aceitação universal mesmo entre o seu próprio povo? E os profetas? E Jesus mesmo? E Paulo? E qualquer que fosse o reformador em qualquer século, entre qualquer raça? Deus não muda; oferece, mas não obriga ninguém a aceitar; oferece, e aqueles que estão preparados recebem a comunicação.
Os ignorantes e os incapazes a rejeitam, pois isso deve acontecer. As dissensões e diferenças que deplorais são a separação do falso e do verdadeiro; provêm de causas indignas e são animadas por Espíritos malévolos. Deveis também contar com sérios incômodos causados pelos poderes coligados do mal. Porém dirigi vossos olhares para o longínquo futuro e tende coragem.
A propósito dos Espíritos-guias, como são eles designados?
Os Espíritos-guias nem sempre são atraídos por aqueles a quem dirigem, posto que isso aconteça habitualmente. Algumas vezes são escolhidos por terem aptidão particular para instruir; outras vezes são encarregados de missão especial; finalmente, em outras são designados porque podem suprir o que falta aos caracteres que lhes são confiados para progredirem. Algumas vezes eles próprios escolhem a pessoa que desejam influenciar. É isso um grande prazer para os Espíritos elevados. Outras vezes ainda, querem, para seu próprio progresso espiritual, ser ligados a uma alma cuja cultura é penosa e difícil. Às vezes são atraídos por pura afinidade ou pelos restos de uma afeição terrestre. Quando não há missão especial, os guias são freqüentemente substituídos à medida que a alma progride.

Leia na próxima Edição:
Quais são os Espíritos que voltam à Terra?




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