quarta-feira, 18 de abril de 2012

Uma luta sem fim a sucessão de 2013 em Visconde do Rio Branco

16/04/2012 - Quarta-feira, 16:52



Há uma sensação de esgotamento do quadro político em Visconde do Rio Branco, neste ano eleitoral de 2012.
Os 24 anos de gestão de somente dois prefeitos – 16 de João Antônio de Souza e 8 de Iran Silva Couri – de certa maneira inibiram a formação de novas lideranças.  Os quadros de militantes, durante esse tempo, giraram como satélites em torno dos dois, tanto na disputa pela vereança, quanto na composição da máquina administrativa.
João Antônio de Souza - 4 mandatos = 16 anos

Iran Silva Couri - 2 mandatos = 8 anos

A exceção ficou por conta do grupo liderado pelo Dr. Antônio Carlos Ignachitti Gomes, que formou a terceira via. E ele disputou todos os cargos, de vereador a deputado federal, como forma de marcar presença em todo pleito. Teve sua última participação em 2004, concorrendo a prefeito.  Com o seu falecimento em abril de 2005, a lide passou a girar somente em torno dos dois, que, agora, deixam a cidade sem horizonte para o futuro.









Paira sobre o clima político local a dúvida quanto aos prováveis impedimentos resultantes de processos de eleições passadas, associados à validade ou não da Lei da Ficha Limpa. Se prevalecerem os impedimentos, alguns nomes atuantes nesses 24 anos poderão estar afastados da disputa em outubro próximo.

É caro o processo eleitoral para qualquer pretenso candidato. Torna-se outro fator que afasta nomes que não disponham de estrutura econômico-financeira comparável a uma grande  empresa.  A simples manutenção de um partido já tem  custo muito alto.  Uma empresa ainda dispõe de receita.  Basta equilibrar as despesas.  Partido e eleições somente têm despesas. A receita somente vem quando e para quem se elege. É por isto que o exercício do poder perde a independência para os financiadores de partidos e de candidatos. E isto vai acontecer sempre, porque os grupos dominantes, enquanto puderem, vão impedir o financiamento público de campanhas e de partidos, para evitar a chegada ao poder de pessoas e agremiações voltadas para o interesse popular.

Para atender aos interesses e cobranças desses financiadores, os governantes têm de mentir para o povo e recorrer à corrupção nas fraudulentas licitações de obras e no seu superfaturamento.

Está difícil pensar no momento em quais vão ser os quadros dirigentes do ano que vem. Mas isto pouca diferença faz. Qualquer que seja vai ter que usar dos mesmos métodos para ter governabilidade e atender as pressões de bastidores.

O menor mal seria que, mesmo dentro desse esquema, houvesse uma réstia de mudança conjugada a uma capacidade administrativa para, pelo menos, aplicar bem as verbas possíveis destinadas a cada fim, como saúde, educação e as questões sociais que não são poucas e crescem, porque saem pelo ralo os seus recursos.  Um bom síndico seria remédio, como um paliativo

Temos que reconhecer, e não se pode negar que a saúde, no Município, atingiu patamares que têm de ser mantidos.

“Visconde do Rio Branco saiu na frente com a média 6,21 consolidando ainda mais o nome de nossa Cidade no que diz respeito aos serviços de saúde prestados no município.  Enquanto a média do Brasil ficou com 5,47 / Região Sudeste 5,56/ Minas Gerais 5,87.”( O Índice de Desempenho (IDSUS 2012) avalia os diferentes níveis de atenção à Saúde Básica, Especializada, ambulatorial, hospitalar e das urgências e emergências.).

Como dizia Itamar Franco: números não mentem. Qualquer retrocesso nesse item, causará sofrimento maior à população.  

Nós tivemos período em que faltavam remédios nos postos, e chefes dessas unidades maltratavam pacientes, às vezes idosos, que teriam de ser respeitados como todo cidadão. E chefes de Postos de Saúde são cargos de confiança do Prefeito.  Refletem a sua imagem e semelhança. Voltar a esse passado tem que ser evitado.

Pelas várias razões pensadas e reais, é difícil crer em uma sucessão independente dos grupos dominantes nestes 24 anos. Deverá sair da manga do colete mesmo.

O propósito de mudança tem de brotar no embrião das novas gerações, sabe-se lá como! O andamento da alternância no poder está viciado.  As minorias criaram raízes profundas, nutridas pelo poder econômico. A legislação avançou muito pouco para atingir o cerne da questão. Se impede os “currais eleitorais” explícitos, não atinge seus efeitos subjetivos. Basta observar que as maiorias continuam longe de chegar ao poder.  Os negros(afrodescendentes) são maioria da população. As mulheres também.  Quantos prefeitos negros nós já tivemos?  Quantas mulheres?
E entre os Vereadores: quantos negros e quantas mulheres?
Se pensarmos nos índios, o povo nativo, nem teremos números para confrontar.

Irônico: Democracia – governo do povo, pelo povo, para o povo.  Que povo é esse no governo, completamente diferente da massa que vota?  A quem representam os eleitos?

Quando os partidos escolherem democraticamente os candidatos, poderemos pensar em um sistema governante democrático, do povo, de todas as classes sociais.

Para isto, tem de mudar muita coisa, a começar pela estrutura sócio-econômica, seguida de leis adequadas, elaboradas pelo próprio povo.  A Lei Ficha Limpa foi um ensaio. Mas ainda foi restritiva, porque sua elaboração partiu de grupos letrados, conscientes.  Será necessário que a massa popular alcance, em maioria, o nível de conhecimento de Cursos Superiores de qualidade, diferentes e melhores do que esses “Cursos” oferecidos por faculdades particulares que são oficinas de diploma nas mãos de muito analfabeto funcional.

Venha 2013 do jeito que vier, porque esta é uma luta sem fim....

(Franklin Netto – taxievoce@hotmail.com)




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