quinta-feira, 19 de abril de 2012

Ministério Público suspende demolição dos Prédios Históricos da Rua Floriano Peixoto, em Visconde do Rio Branco(MG).

19/04/2012 - Quinta-feira, 18:56


Os prédios inventariados, que estavam sendo demolidos na Rua Floriano Peixoto – Morro do Cemitério – em Visconde do Rio Branco tiveram suspensão determinada pelo Ministério Público. Recebemos esta informação de Marco Aurélio Carone, neto do Dr. Jorge Carone, que fora o construtor do conjunto formado pelo atual Conservatório Estadual de Música, das casas de herdeiros do ex-prefeito Júlio Carone, do Sr. Chicre Amin e da Sra. Mariazinha(cantora).  
Conservatório Estadual de Música. Imagem: Isah Baptista

Casa que pertencera à Mariazinha, vista na sacada.  Imagem: Isah Baptista

Casa que pertencera ao Sr. Chicre Amin.  Imagem: Isah Baptista

Hoje, o estágio da demolição mostra a forma em que chegou, quando foi determinada a suspensão: restam o porão e vestígios de um cômodo suspenso da casa que pertenceu à cantora Mariazinha. Os prédios do Srs. Chicre Amin e Júlio Carone foram completamente demolidos e restam somente os lotes em fase de puro chão. 
Imagem de hoje: Porão e vestígios de cômodo do que foi a casa da Mariazinha. Muros cercam os lotes vazios. Art-Foto Cláudio/Consciência da Mata(19/04/2012).

Muros cercam os lotes vazios onde existiram as casas dos Srs. Chicre Amin e Júlio Carone. Art-Foto Cláudio/Consciência da Mata(19/04/2012).

Vista dos muros que cercam lotes vazios. Vestígios à mostra do que resta da casa da Mariazinha. Art-Foto Cláudio/Consciência da Mata(19/04/2012).



Deste ângulo percebe-se marca de algo na divisa da casa do Sr. Júlio Carone, que pode ter sido uma lareira.


Reconstrução, multa e Conservatório
Marco Aurélio diz, em sua correspondência:
- Em relação à suspensão da demolição, segundo fui informado, ela ocorreu em função de determinação do Ministério Publico. Infelizmente ainda não posso revelar minha fonte, porém a saída existente para os que cometeram tamanha barbaridade é a da celebração de um TAC - Termo de Ajuste de Conduta - para reconstruir os imóveis, pois além das questões criminais e do imóvel estar impedido de ser utilizado para outra finalidade, a multa e outras sanções somadas ultrapassam no mínimo dez vezes o valor que será gasto na reconstrução. Vou lutar para que além de reconstruídos sejam incorporados ao Conservatório mantendo-se um único conjunto.
A correção e origem de seus ancestrais:
- ....meu bisavó João Carone, não era baiano, nasceu no Líbano, veio junto com seu irmão para o Brasil a convite de D. Pedro II, quando visitou o Líbano em 1876.
Monarquista, casou-se com uma índia e veio para Guiricema, conta Marco Aurelio:
- Eles desembarcaram na Bahia, eram monarquistas e estavam servindo ao Governador da província, o conselheiro José Luís de Almeida Couto quando foi proclamada a República. Meu bisavô casou-se com uma índia que aculturada chamou-se Matilde. Após o término da Monarquia, viraram mascates e chegaram a Guiricema, onde meu bisavô construiu um comércio. No mesmo local onde funciona a Câmara Municipal da Cidade. Após, voltou à Bahia para buscar sua família.

Os descendentes dos irmãos Abdala e João Carone, continua Marco Aurélio:
- Seu irmão Abdala formou-se em farmácia abrindo um estabelecimento inicialmente em Guiricema e posteriormente no Rio de Janeiro. Abdala era pai da Tilinha que se casou com Soli Costa, pai do atual conselheiro do Tribunal de Contas de Minas Dr. Eduardo Carone Costa. Meu bisavó João Carone teve quatro filhos: meu avô Jorge Carone, minhas tias avós, Sophia casada com Fuad Rachid, mãe do Juiz Dr.Israel Rachid  e do médico Dr. Ibrahim Rachid e Helena casada com Nagib Slaibi, mãe da escritora Dra. Matilde Slaibi e do Desembargador Dr. Nagib Slaibi Filho, além do meu tio avô João Carone.  Todos com família em Visconde do Rio Branco,

Marco Aurélio incentiva o Consciência da Mata:
- Tenho acompanhado seu jornal diariamente, vejo que você está prestando um excelente serviço a Visconde do Rio Branco na defesa de sua memória.

Uma curiosidade nossa
Material de construção e profissionais para reconstruir as casas históricas são fáceis de encontrar. A nossa dúvida fica em descobrir os artistas artesanais com o mesmo dom daqueles que levantaram aquelas fachadas. Deixam a marca como impressões digitais: únicas.
Este fato serve de exemplo para aqueles que atentam contra a riqueza arquitetônica, patrimonial, cultural e histórica, principalmente no centro da cidade.  Se percorremos os subúrbios, muita obra de arte histórica existe e merece ser preservada.  Em cada obra de arte, existe um exemplo de vida.
 (Franklin Netto – franklin_netto@hotmail.com)

Nenhum comentário:

Postar um comentário