sexta-feira, 27 de abril de 2012

Esporte, Cultura e História

27/04/2012 - Sexta-feira



A cidade está com rica agenda de eventos à vista.
Nos dias 11,12 e 13 de maio, teremos as competições esportivas de Open de HapkiDo, a começar em uma sexta-feira com encerramento no domingo. Por sua natureza, envolve a juventude, nas competições das lutas marciais com seus golpes sob regras que preservam a integridade física dos seus competidores.
 
No mesmo mês acontecerá a Semana dos Museus, organizada pela Diretora do Museu Municipal, Dona Theresinha Almeida Pinto.  Deverá ocorrer na segunda quinzena do mês.  Predomina nesse acontecimento a participação de pessoas de faixa etária mais elevada, no interesse por cultura, preservação de patrimônio histórico e memória.


Para junho está programado do 12º FEMUP – Festival de Música Popular, promovido pela Prefeitura. As inscrições se encontram abertas desde o dia 25 deste mês e se encerram em 30 de maio. A apresentação das músicas selecionadas começará em 07 de junho, uma quinta-feira, feriado de Corpus Christi; continua na sexta, 08, em fase classificatória, para terminar no sábado, 09, com os vencedores, suas premiações em dinheiro e entrega de troféus.

E no mês de julho, na última semana, está prevista a Semana do Cinema Geraldo Santos Pereira.  Na oportunidade, deverão ser exibidas produções de rio-branquenses como Jacynto Batalha, Luciano Benhame e Jorge Luiz da Silva(Jor-Som).  Depois a série da obra dos irmãos gêmeos Geraldo e Renato Santos Pereira: O Aleijadinho – paixão, glória e suplício; Grandes Sertões; Rebelião em Vila Rica; Noite e Diamantes; e O Seminarista.
 No sábado, 28, encerramento, com o filme produzido pela Café Pingado: EU É GERALDO

Esta programação prevê palestras sobre preservação da Memória, intercaladas com as exibições dos filmes.

Este é um item que merece comentário, porque tem se consagrado sobre preservação o conceito de fatos históricos, temas literários, algum  folclore.

Em nosso entender, está faltando colocar a música popular brasileira neste interesse de preservação da memória. Nosso cancioneiro é rico, cheio de lirismo e beleza, tanto nos temas românticos, como na exaltação da figura amada, ou do lugar de origem.

E na nossa memória musical, se temos letras de impecável linguagem gramatical, temos também linhas melódicas e arranjos de alta qualidade, muitas reconhecidas no exterior e  ignoradas aqui.

Como  deixar que os rocks e fanks abafem as composições de Noel Rosa, o poeta da Vila? E o ubaense Ary Barroso com sua Aquarela do Brasil conhecida no mundo inteiro e pouco lembrada em nossas rádios e bailes?
Ary Barroso - mpbnet.com


Zequinha de Abreu, do Tico-tico no Fubá, da valsa Branca; Pixinguinha, de Carinhoso, de Rosa; Catulo da Paixão Cearense e o seu Luar do Sertão; Paulo Vandolin, de Ronda; Orestes Barbosa, do Chão de Estrelas, consagrada na voz do “caboclinho querido” Sílvio Caldas. 

E por falar em Sílvio Caldas, onde andam as vozes dos nossos cantores e cantoras que embalaram nossos pais e avós no tempo do rádio, antes dos males da televisão:  Carmem Miranda, Francisco Alves, Nelson Gonçalves, Francisco Petrônio, Carlos Galhardo, Linda Batista, Dircinha, Dalva de Oliveira, Inezita Barroso.

É mais fácil você ouvir ainda os Beattles,  Elvis Presley ou Frank Sinatra do que qualquer um dos nossos ‘cantores do rádio’.

Temos muitos compositores para lembrar, uns de letra, outros de melodia. E tantos intérpretes.  Muitos conjuntos musicais e orquestras: Canhoto, Maestro Chiquinho, Severino Araújo.

Se esticarmos nossa memória, vamos alcançar Chiquinha Gonzaga, Carolina Cardoso de Menezes, Jacob do Bandolim, Raul de Barros. Vamos nos lembrar de Saudade do Matão, que atravessa gerações sem se saber quem é o  autor.  Saudade de Ouro Preto, de Laguna; dos cantores e sanfoneiros Pedro Raimundo e Luiz Gonzaga.

Alguns atrevidos derrubaram preconceitos para impor seu talento, como a Chiquinha Gonzaga que teve de vencer uma sociedade de falso moralismo, para impor o maxixe, considerado imoral, devido à sensualidade do seu ritmo.

Já o Gonzada, Luiz, tirou o calango lá dos canfundós  do sertão nordestino para transformá-lo no Baião. 

Depois desse ‘atrevimento’, nossos pioneiros do cinema levaram às telas “Lampião, o Rei do Cangaço”, e Anselmo Duarte, com O Pagador de Promessa arrebatou a Palma de Ouro em Cannes.

Por causa desse desprezo da nossa mídia  para a cultura brasileira, é que o gênio de Geraldo Santos Pereira e Renato ainda são desconhecidos na sua própria terra.   

(Franklin Netto -  taxievoce@hotmail.com)

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