16/04/2012 - Segunda-feira, 14:11
...... Este deverá desenvolver-se em todas as suas formas, nos campos da produção, consumo e distribuição, especialmente nos ramos que mais afetam as necessidades populares e os problemas fundamentais dos pequenos e médios produtores.
Continua:
Só a prática da democracia social decidirá a relativa conveniência e características de cada uma destas soluções. Assim, o Trabalhismo não exclui, mas condiciona aos interesses coletivos a propriedade privada dos meios de produção”.
Temos a questão da disciplina e controle do capital e dos investimentos estrangeiros. Nós não excluímos o capital estrangeiro. Nós o queremos disciplinado e controlado, a fim de que a sua presença e participação na economia do país se subordine rigorosamente ao nosso desenvolvimento independente, aos interesses do povo brasileiro e às garantias dos valores do trabalho do nosso povo.
Finalmente, outra questão essencial que o Trabalhismo afirma é que o nosso relacionamento econômico-financeiro internacional, todo esse complexo, constitui grande força alimentadora (uma espécie de dinâmica de causa e efeito) do nosso subdesenvolvimento do nosso atraso e da nossa pobreza. Nossas estruturas internas – um pouco o que já falamos – têm sido moldadas ao longo do tempo para alimentar nossas relações econômicas com o mundo exterior. Tocar nas estruturas internas, portanto, é intervir no relacionamento exterior. A transformação das estruturas internas de produção e do poder se relaciona intimamente com o grau e o tipo de autonomia que tivermos frente às economias e governos estrangeiros. Nosso caminho alternativo é o de firmemente através de um processo democrático autêntico, ir abolindo os privilégios internos e eliminando a dependência externa. E nós temos consciência deste problema. Isto é de uma importância imensa para nós. O Trabalhismo necessita ter consciência exata e oferecer alternativas e eu creio que nós estamos hoje vivendo uma época muito mais favorável, diferente de há vinte anos atrás. Internamente, pelo fracasso rotundo do regime autoritário de 15 anos e um novo contexto internacional. O mundo de hoje é mais complexo, mas também mais aberto que antes de 1964, com mais alternativas e possibilidades de diálogo. Tenho ouvido, por exemplo, afirmações que a mim até surpreendem. Desenvolve-se pelo mundo inteiro, nas universidades, sindicatos, na imprensa e na opinião pública uma convicção generalizada sobre os malefícios e a exploração selvagem dos povos do Terceiro Mundo pelas empresas multinacionais.
Há na Europa, especialmente, todo um outro ambiente, um contexto aberto ao debate. No âmbito da própria vida sindical, os sindicatos se reúnem para discutir as multinacionais. É verdade que com enfoques diferentes, mas discutem. Assunto que era proibido, há vinte anos atrás e assim por diante. Acho que se o trabalhismo colocar essa questão adequadamente, iremos encontrar um contexto internacional bastante acessível a nós em matéria de relacionamento de solidariedade e de apoio.
Porque um modelo como este que foi imposto ao Brasil, a mim me parece que os próprios setores mais conservadores dos EUA vão ter que pensar duas vezes. Porque modelo como este só se mantém com autoritarismo, com ditadura. E o autoritarismo se revelou, principalmente diante do problema do Irã, mau conselheiro. E, por conseguinte, o indicado é admitir outro nível de diálogo e de relações econômicas. E creio que nós, Trabalhistas, com os quadros que teremos em nosso país e possuímos aqui temos que aprofundar estas questões para formular a nossa posição, as nossas soluções alternativas nessa matéria, que está na essência, no cerne de todos os nossos problemas.
Continua na próxima Edição:
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