03/04/2012 - Terça-feira, 20:18
Ou, quem sabe, nós é que temos sido descuidados em relação a ela.
Continua:
Mas a democracia para nós precisa ser compreendida e entendida em todas as suas conseqüências, em todas as suas dimensões. Não apenas aquela que declara que todos nós somos iguais perante a lei, mas quando chega na hora não somos iguais. Como pode haver igualdade perante a lei quando o lar do pobre é violado todos s dias? E há verdadeiras “varridas” da política nos bairros, as favelas, por toda parte, quando todos têm direito à inviolabilidade do lar, segundo as declarações mais solenes de todas as Constituições.
A democracia para nós não é um simples caminho, não é um instrumento, não é um meio para atingir a outros tipos de organização social. E a socialização da economia e das estruturas sociais, enfim, o socialismo que buscamos só pode ser feito dentro de uma visão e de um ambiente democrático. Porque se o socialismo realmente não se realiza dentro dessa visão, o autoritarismo entra pela porta dos fundos. A partir do momento em que deixa de existir a liberdade, em que deixa de existir a democracia, em que nos falta esse ambiente para nós, trabalhistas, é como se nos faltasse o ar que necessitamos para respirar. Porque a partir daí já estará definitivamente implantado o autoritarismo. O autoritarismo pode se apresentar com a melhor das intenções, mas ele não deixa de ser o mesmo (Aplausos).
Também o ambiente da democracia e liberdade que ambicionamos não é aquele da raposa livre no galinheiro. Dada a nossa concepção pluralista da sociedade, nós não imaginamos, absolutamente, que desde logo tenhamos que excluir ou matar a raposa. Mas ela, por ser raposa, é preciso ter uma cordinha que limite os seus movimentos, porque senão, dentro
do galinheiro, deixaria de haver democracia. As suas limitações seriam subordinadas, por conseguinte, aos direitos gerais da sociedade.
Continua na próxima Edição:
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