segunda-feira, 16 de abril de 2012

AGRESSÃO AO PATRIMÔNIO HISTÓRICO TEM REPERCUSSÃO NACIONAL

16/04/2012 - Segunda-feira, 16:49



Antônio Sócrates de Carvalho, residente em Goiânia(GO),  escreve sobre a demolição dos prédios históricos da Rua Floriano Peixoto

Em 13 de abril de 2012, 17:39, Sócrates.carvalho <socrates.carvalho@uol.com.br> escreveu:

“Sentimento de Pesar:

Eu como Rio-Branquense ausente fico com grande sentimento de pesar ao ler estas notícias do descaso com o patrimônio Histórico de Visconde do Rio Branco sendo demolido, agredindo a história de Visconde do Rio Branco, os cidadãos e provavelmente a lei. É como imaginar a demolição dos imóveis centenários de Ouro Preto, com o mesmo fim cultural.
Classifico como lamentável.”


Há poucos dias comentávamos os acontecimentos em épocas de festa. Abril tem esta característica de abrigar a maioria dos feriadões da Semana Santa, época em que o povo está desligado dos fatos políticos, por causa do envolvimento com as liturgias religiosas, e muitos simplesmente gozando o feriado para festejar o encontro com amigos e familiares.

Seja por acaso, ou de propósito, os prédios demolidos na Rua Floriano Peixoto aconteceram exatamente na segunda e na terça-feira da Semana Santa.  O público somente tomou conhecimento na hora ou depois do fato consumado. Deixou de haver a divulgação antecipada, conveniente e necessária, para que se formasse uma opinião pública sobre a importância daquelas demolições.  Afinal, um bem histórico está ligado à vida, às lembranças e ao imaginário de toda a população.  E eram prédios inventariados.


Foi então uma demolição relâmpago, talvez para impedir que a população discutisse sobre a sua importância histórica e o grau de identificação que eles davam à aquela área e, por extensão, ao centro da cidade.

Com o campo do Nacional – Estádio da Boa Vista Joseph Lambert -  não aconteceu o mesmo, porque Dona Theresinha Almeida Pinto era presidente do Conselho Consultivo do Patrimônio Municipal, e cuidou de fazer o seu tombamento a tempo.


A Ata do CONSELHO CONSULTIVO MUNICIPAL DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO VISCONDE DO RIO BRANCO –MG, de cinco de dezembro de 2011 registra:

Já falando de projetos, a mesma apresentou o Plano de Investimentos que o Setor de Patrimônio propõe para o próximo ano. O plano constitui a finalização das obras de reforma do prédio da prefeitura, Elaboração do Projeto Contra Incêndio do Museu Municipal e construção da Sala de Reserva Técnica; realizar estudos preliminares e inventariar o patrimônio cultural material e imaterial da cidade; inventariar e documentar a história dos cruzeiros junto ao IEPHA; Pesquisa, documentação e inventário da história da passagem da ferrovia visando o tombamento; Projeto e Reforma do Prédio do Cine Teatro Brasil; Execução de reforma e manutenção com projeto de iluminação dos cruzeiros tombados. Discutido e aprovado após sua apresentação. A presidente reitera que esses projetos já propostos devam continuar em pauta até que se formulem normas de procedimentos sancionadas por decreto, para ganhar caráter deliberativo.”

Cinema Brasil - Imagem: Consciência da Mata

Estação e trilhos - Major Felicíssimo: http://www.asminasgerais.com.br/

Prefeitura. Imagem: Isah Baptista3


Diante desses planos, a população agora está mais atenta e quer saber qual empresa vai realizar esses trabalhos, quem são seus proprietários, que referencias podem dar de recuperações(restaurações) realizadas antes, onde e quando, para saber de sua idoneidade e da certeza se vão preservar realmente as imagens existentes, ou se estarão sujeitas a alterar as características dos bens tombados ou inventariados.

Esta preocupação resulta do fato de que este plano de inventário e reformas está coincidindo com um momento em que o Patrimônio Histórico do Município está passando por ataques no que há de mais significativo para a identidade cultural e a memória da cidade. 

Imaginem se o Campo do Nacional tivesse se transformado em um Condomínio Fechado!

Se esse bem  histórico esteve ameaçado, qual estará a salvo dessa tentativa insana de destruição da imagem, da cultura e da identidade do desejo coletivo de conservar o que há de bom?  Esses são um conjunto de bens exemplares de criatividade, arte e trabalho, realizados no passado e que devem ser repetidos no futuro. São saberes que devem passar de geração em geração.

Há outros fatores históricos, cuja lembrança dever ser mantida para não ser repetida, como o exemplo tenebroso da forca.

E há aqueles que devem ser jogados para o lixo do esquecimento, como foi a Casa da Moeda, contada por Olilian José, e que teria existido no Barreiro, para que nenhum rio-branquense, ou morador do município seja tentado a imitar. 

Os indícios da existência de núcleos do Tráfico Internacional de Drogas no Município são razões suficientes para os munícipes cobrarem das autoridades providências para que essa chaga não infeste Visconde do Rio Branco, juntamente com a tentativa de destruição de nosso simbolismo patrimonial histórico.

(Franklin Netto – taxievoce@hotmail.com)

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