08/05/2012 - Terça-feira
(Escrita em abril de 1956 – Uma gentileza do Sr. Newton Passos)
Sylvio Passos
O Hospital São João Batista, de nossa cidade, está completando, esta semana, 30 anos de existência. Em 25 de abril 1926 inaugurava-se aquela benemérita instituição assistencial, que era antiga e justa aspiração dos rio-branquenses do passado, e hoje é uma realidade viva e palpitante, um dos marcos mais importantes de nosso progresso.
O que hoje ali está é produto do esforço de muita gente que lutou, trabalhou com as mãos, com a inteligência e com o coração, para que Rio Branco pudesse ter, também, o seu hospital, não apenas para os ricos, mas também para os pobres.
E o Hospital vem cumprindo galhardamente a sua missão. É como uma árvore frondosa, à sombra da qual se abrigam todos aqueles que precisam de seu amparo.
Aquela árvore, que hoje é tão bela e tão majestosa, que dia a dia vai crescendo, já foi, também, apenas uma pequena semente. Semente ideal que germinou no coração do nosso povo, e que tem sido desveladamente cuidada por muitas mãos carinhosas.
Nos tempos do Império, a iniciativa da fundação do Hospital já fora ventilada, pelos espíritos mais esclarecidos que viviam aqui na nossa Vila de São João Batista do Presídio. A bela iniciativa, entretanto, não chegou a se concretizar.
Anos depois - já em pleno regime republicano - ocorreu um surto de febre amarela na cidade, que veio, naturalmente, despertar no povo a necessidade de cuidar, mais seriamente, da profilaxia, do tratamento de doentes, da higiene e de outros problemas da vida comunal.
Tendo, o Dr. Joaquim Correia Dias, prestado relevantes serviços de assistência às vítimas daquela epidemia, em 1896, foi agraciado, pelos poderes públicos, com um prêmio de oito contos de réis - quantia essa bem vultosa na época – a qual ele doou integralmente ao futuro Hospital de Rio Branco.
Eis aí, meus amigos, a pedra fundamental do Hospital S. João Batista, lançada justamente há sessenta anos!
A construção do prédio iniciou-se em 1910 e durou, 15 anos, o que prova as dificuldades econômicas que os seus promotores tiveram de enfrentar.
Ao lado do Dr. Correia Dias - Dr. Correia Velho - como costumava dizer o povo, o Dr. Correia Dias Sobrinho - Dr. Loló - como o chamavam familiarmente, foi, também, um grande entusiasta do Hospital.
Mas, infelizmente, nenhum dos dois beneméritos Correia Dias chegou a ver o Hospital funcionando. A conclusão de suas obras e sua instalação foi realizada sob a direção do Dr. José Alcides Pereira - então Juiz de Direito da Comarca - e do médico Dr. João Batista de Almeida, além dos farmacêuticos Diogo e Luiz Fernandes Braga, bem como de outros rio-branquenses ilustres.
As solenidades oficiais da inauguração realizaram-se com a presença de um orador oficial ilustre, o Dr. Lúcio José dos Santos, então catedrático da Escola de Engenharia de Minas e homem muito famoso pela sua erudição.
A benção do edifício e das instalações foi dada pelo Reverendíssimo Padre Correia, com a presença do então Deputado Estadual Dr. Celso Machado e do Dr. João Batista de Almeida, que na época presidia a Câmara Municipal. A cerimônia foi assistida por enorme multidão, onde se destacaram pessoas tradicionais de nossa sociedade da época, muitas delas troncos de atuais famílias rio-branquenses.
Durante alguns anos, o serviço interno do Hospital esteve sob a direção de Dona Elizabeth Udney Lopes, que prestou devotados serviços àquela Casa. Em 1931, o serviço interno foi entregue às Pequenas Irmãs da Divina Providência, que o administram até hoje, com a maior eficiência e admirável abnegação.
Por vários anos, o Dr. José Alcides Pereira exerceu devotamente o cargo de Provedor do Hospital, tendo prestado incalculáveis serviços à instituição.
Foram, depois, Provedores daquela entidade assistencial o Coronel Cassiano Mesquita, cujo nome foi dado à farmácia do Hospital; o senhor Arlindo Costa; o Dr. Aloísio Ferreira, que, além de outros serviços, solucionou os problemas de divisas dos terrenos da entidade; o Dr. Jeovah Batista de Souza, um dos maiores baluartes do Hospital; o Dr. Paulo Infante Vieira, que restaurou o velho prédio e concluiu a Casa de Saúde; e exerce, agora, essa função o jovem médico Dr. Edgard Silva, que promove, atualmente, a campanha de construção do Hospital Infantil.
Todos os Provedores do Hospital têm prestado relevantíssimos serviços àquela Casa, assim como os dedicados companheiros de Diretoria e o digno e eficiente corpo médico, cujos nomes vão variando com o passar do tempo, mas cujo trabalho dedicado merece o nosso respeito e a nossa admiração. Também os serventuários e os reverendíssimos capelães, que ali têm exercido suas respectivas funções, têm ajudado a manter o justo renome que sempre cercou o Hospital de nossa terra.
O Hospital São João Batista é – como dissemos – o produto do esforço de muita gente que, através dos anos, tem lutado, trabalhado com as mãos, a inteligência e o coração para que ele possa viver e prestar a todos, aos ricos e aos pobres, os seus insubstituíveis serviços.
Ao longo dos anos, muitas campanhas de caridade foram realizadas em seu benefício, quase sempre promovidas por senhoras e senhoritas de nossa sociedade; muitos recitais, conferências, espetáculos teatrais e outros festivais têm contribuído para angariar fundos para aquela importantíssima instituição.
Para manter o nosso Hospital, cooperaram muitos sócios e, ainda, o nosso comércio, as nossas indústrias - principalmente as usinas – e, também, os poderes públicos, por influência de políticos das várias correntes partidárias.
Hoje, a pequenina semente de ideal, que germinou outrora no coração de nosso povo, é uma árvore frondosa e que vai se desdobrando em ramos: a Maternidade, a Casa de Saúde Dr. Jeovah, que com justiça recorda o nome de um dos maiores baluartes do Hospital, o Pavilhão Cirúrgico, o Lactário e o Hospital Infantil.
Eis aí, amigos, um pouco da vida e da história daquela benemérita instituição, que vive sob a égide de São João Batista, digno e venerável Padroeiro de nossa terra.
Sylvio Passos
O Hospital São João Batista, de nossa cidade, está completando, esta semana, 30 anos de existência. Em 25 de abril 1926 inaugurava-se aquela benemérita instituição assistencial, que era antiga e justa aspiração dos rio-branquenses do passado, e hoje é uma realidade viva e palpitante, um dos marcos mais importantes de nosso progresso.
O que hoje ali está é produto do esforço de muita gente que lutou, trabalhou com as mãos, com a inteligência e com o coração, para que Rio Branco pudesse ter, também, o seu hospital, não apenas para os ricos, mas também para os pobres.
E o Hospital vem cumprindo galhardamente a sua missão. É como uma árvore frondosa, à sombra da qual se abrigam todos aqueles que precisam de seu amparo.
Aquela árvore, que hoje é tão bela e tão majestosa, que dia a dia vai crescendo, já foi, também, apenas uma pequena semente. Semente ideal que germinou no coração do nosso povo, e que tem sido desveladamente cuidada por muitas mãos carinhosas.
Nos tempos do Império, a iniciativa da fundação do Hospital já fora ventilada, pelos espíritos mais esclarecidos que viviam aqui na nossa Vila de São João Batista do Presídio. A bela iniciativa, entretanto, não chegou a se concretizar.
Anos depois - já em pleno regime republicano - ocorreu um surto de febre amarela na cidade, que veio, naturalmente, despertar no povo a necessidade de cuidar, mais seriamente, da profilaxia, do tratamento de doentes, da higiene e de outros problemas da vida comunal.
Tendo, o Dr. Joaquim Correia Dias, prestado relevantes serviços de assistência às vítimas daquela epidemia, em 1896, foi agraciado, pelos poderes públicos, com um prêmio de oito contos de réis - quantia essa bem vultosa na época – a qual ele doou integralmente ao futuro Hospital de Rio Branco.
Eis aí, meus amigos, a pedra fundamental do Hospital S. João Batista, lançada justamente há sessenta anos!
A construção do prédio iniciou-se em 1910 e durou, 15 anos, o que prova as dificuldades econômicas que os seus promotores tiveram de enfrentar.
Ao lado do Dr. Correia Dias - Dr. Correia Velho - como costumava dizer o povo, o Dr. Correia Dias Sobrinho - Dr. Loló - como o chamavam familiarmente, foi, também, um grande entusiasta do Hospital.
Mas, infelizmente, nenhum dos dois beneméritos Correia Dias chegou a ver o Hospital funcionando. A conclusão de suas obras e sua instalação foi realizada sob a direção do Dr. José Alcides Pereira - então Juiz de Direito da Comarca - e do médico Dr. João Batista de Almeida, além dos farmacêuticos Diogo e Luiz Fernandes Braga, bem como de outros rio-branquenses ilustres.
As solenidades oficiais da inauguração realizaram-se com a presença de um orador oficial ilustre, o Dr. Lúcio José dos Santos, então catedrático da Escola de Engenharia de Minas e homem muito famoso pela sua erudição.
A benção do edifício e das instalações foi dada pelo Reverendíssimo Padre Correia, com a presença do então Deputado Estadual Dr. Celso Machado e do Dr. João Batista de Almeida, que na época presidia a Câmara Municipal. A cerimônia foi assistida por enorme multidão, onde se destacaram pessoas tradicionais de nossa sociedade da época, muitas delas troncos de atuais famílias rio-branquenses.
Durante alguns anos, o serviço interno do Hospital esteve sob a direção de Dona Elizabeth Udney Lopes, que prestou devotados serviços àquela Casa. Em 1931, o serviço interno foi entregue às Pequenas Irmãs da Divina Providência, que o administram até hoje, com a maior eficiência e admirável abnegação.
Por vários anos, o Dr. José Alcides Pereira exerceu devotamente o cargo de Provedor do Hospital, tendo prestado incalculáveis serviços à instituição.
Foram, depois, Provedores daquela entidade assistencial o Coronel Cassiano Mesquita, cujo nome foi dado à farmácia do Hospital; o senhor Arlindo Costa; o Dr. Aloísio Ferreira, que, além de outros serviços, solucionou os problemas de divisas dos terrenos da entidade; o Dr. Jeovah Batista de Souza, um dos maiores baluartes do Hospital; o Dr. Paulo Infante Vieira, que restaurou o velho prédio e concluiu a Casa de Saúde; e exerce, agora, essa função o jovem médico Dr. Edgard Silva, que promove, atualmente, a campanha de construção do Hospital Infantil.
Todos os Provedores do Hospital têm prestado relevantíssimos serviços àquela Casa, assim como os dedicados companheiros de Diretoria e o digno e eficiente corpo médico, cujos nomes vão variando com o passar do tempo, mas cujo trabalho dedicado merece o nosso respeito e a nossa admiração. Também os serventuários e os reverendíssimos capelães, que ali têm exercido suas respectivas funções, têm ajudado a manter o justo renome que sempre cercou o Hospital de nossa terra.
O Hospital São João Batista é – como dissemos – o produto do esforço de muita gente que, através dos anos, tem lutado, trabalhado com as mãos, a inteligência e o coração para que ele possa viver e prestar a todos, aos ricos e aos pobres, os seus insubstituíveis serviços.
Ao longo dos anos, muitas campanhas de caridade foram realizadas em seu benefício, quase sempre promovidas por senhoras e senhoritas de nossa sociedade; muitos recitais, conferências, espetáculos teatrais e outros festivais têm contribuído para angariar fundos para aquela importantíssima instituição.
Para manter o nosso Hospital, cooperaram muitos sócios e, ainda, o nosso comércio, as nossas indústrias - principalmente as usinas – e, também, os poderes públicos, por influência de políticos das várias correntes partidárias.
Hoje, a pequenina semente de ideal, que germinou outrora no coração de nosso povo, é uma árvore frondosa e que vai se desdobrando em ramos: a Maternidade, a Casa de Saúde Dr. Jeovah, que com justiça recorda o nome de um dos maiores baluartes do Hospital, o Pavilhão Cirúrgico, o Lactário e o Hospital Infantil.
Eis aí, amigos, um pouco da vida e da história daquela benemérita instituição, que vive sob a égide de São João Batista, digno e venerável Padroeiro de nossa terra.
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