terça-feira, 12 de junho de 2012

Festas, festivais e política se misturam neste mês de junho


12/06/2012 - Terça-feira



Aconteceu o 12º FEMUP de quinta-feira a sábado do último fim de semana, no Parque de Exposições Mário Bouchardet, na Barra dos Coutos, em meio às festividades de Santo Antônio na sua Igreja.  As barraquinhas e procissões dedicadas ao Santo Casamenteiro estão chegando ao fim neste Dia dos Namorados, porque 12 é a fogueira, e amanhã, 13 é feriado, ou dia santo de guarda, se preferirem. 
Igreje e Convento de Santo Antônio: Imagem: Luiz Orlando de Oliveira

No pequeno intervalo entre as festas de Santo Antônio e as de São João, a movimentação política corre solta. Do dia 10 a 30, os partidos políticos estão a decidir os quadros de candidatos a prefeito e vereadores para as eleições de outubro.

É tempo de um olho no padre e outro na missa, ou melhor, estar no meio do povo nos bailes e fogueiras, e no ambiente restrito das estratégicas composições de coligação partidária.  Não se pode perder o voto, nem a chance de ter um lugar na chapa.  E cada um quer integrar uma chapa quente, com maiores densidades eleitorais e chance de se eleger.  Mas é conveniente também não ficar distante das chapas dos fogões de quentão e batata doce, onde estão os votos. 
 Imagem: iaracaju.infonet.com.br

Não se sabe qual cabeça está rodando mais, uns pela embriaguês das bebidas de festa folclórica, outros pelo torvelinho das restrições eleitorais, criadas pela Lei da Ficha Limpa.  Por ter sido criada por iniciativa popular, com acompanhamento técnico de entidades da sociedade civil, fora dos quadros dos carreiristas políticos, veio a ser o instrumento mais objetivo e preciso para começar a fazer uma limpeza no elenco dos gestores públicos.  Mesmo sofrendo tentativas de arranhões de espertalhões de ofício, continua a ser um documento de desafio.  Quem tentar ferir o espírito dessa Lei,  está confessando conduta incompatível para receber voto.  Ninguém poderia esperar dos poderes convencionais qualquer iniciativa que exigisse deles boa conduta, para confiar-lhes a chave do cofre. Só poderia ser o povo mesmo, há muito tempo indignado com tanta trapaça no Congresso, nas Assembléias Legislativas, nas Câmaras Municipais e nos Executivos das três instâncias. Gastam muito, gastam mal e levam muita coisa que não é sua para casa.  E cobram tudo do contribuinte/eleitor.

E os foguetes pipocam no âmbito do Município.  Quem escuta ao longe, não sabe se são comemorações de  acordos celebrados com vistas às eleições, ou se fazem parte de forrobodó onde se vai dançar a quadrilha caipira, bem diferente das quadrilhas dos nobres parlamentares e dos excelentíssimos senhores de gravata e punho de seda.
 Imagem: n.sousa.blogspot.com

O povo, como sempre, dança no meio de tudo: ou quando acompanha o ritmo de um baião, ou quando é enganado por falsas promessas e cobrado por despesas que não fez.

Cada povo tem o governo que merece? 

Nem sempre.  Se não tem acesso ao ensino de qualidade; e se não conta com uma mídia que informa, acaba desinformado pensando que está sabendo das coisas.  Só sabe no peso e na medida que interessam aos donos do sistema. Uns representam o papel de Situação, outros o de Oposição. 

Ainda permanece a cultura da venda de voto. Existe a venda, porque existe a compra nesse livre mercado que se desenrola por baixo dos panos, mas não tão oculto assim.  Todo mundo sabe. Os ecos do Mensalão continuam não por acaso.
 imagem: jnettropical.blogspot.com

No meio de inelegibilidades, desinteresse pelo processo eleitoral, o cidadão prefere as quadrilhas de brinquedo ao invés das de verdade.  Há forte tendência para elevado número de votos nulos, brancos e abstenções.  Voto é capital eleitoral.  Está se escasseando.  A Ficha Limpa pode estar enfrentando dificuldade para pegar, mas tem contribuído para fazer o povo pensar.  Por isto, muita ficha tem caído.  Há prenúncio de faltar farinha, e poderão aparecer muitas mãos a disputar ‘o meu pirão primeiro’.
 Imagem: comabokanotrombone.blogspot.com

Daqui a alguns dias começarão as barraquinhas de São João, que vão encerrar com a fogueira do dia 23, e mais um feriado no dia 24.   Restarão poucos dias para o fim das Convenções partidárias.  A Praça 28 de Setembro é o palco dos folguedos joaninos.  Na mesma Praça as panelas políticas se esquentam.  Depois da Noite de São João, as festas caipiras permanecem até fins de julho.  Os candidatos que passarem na peneira, em meio às vagas em chapas e chapões, e sob a espada das inelegibilidades, tentarão se misturar aos freqüentadores de fogueira, e tirar uma casquinha no tapinha nas costas, e no pagamento de uma cerveja ou uma simples pinga.
 imagem: www.protopt.com.br

Mas o fim de julho marcará também o Festival de Cinema Geraldo Santos Pereira, um acontecimento cultural inédito na cidade, e desligado de qualquer vínculo político eleitoral.  Tem muito de história e muito de cultura. Um acontecimento que faz o povo pensar e que vem em boa hora, a mostrar o talento de rio-branquenses de todas as gerações nos domínios da Sétima Arte.  Vem em um momento em que a cidade nem cinema tem mais, para livrar o acontecimento de especulações com envolvimento de interesses mercantilistas. Vários cineastas rio-branquenses vão mostrar ao público o seu amor pela cultura, como aconteceu com o homenageado do Festival, que estudou em Paris junto com o irmão gêmeo Renato.  Deixou recado de rebeldia de uma época, com Rebelião em Vila Rica, o primeiro filme brasileiro a cores.  Denunciou os horrores da escravidão junto ao talento de um homem doente, em O Aleijadinho. E exaltou os valores do Barroco Mineiro em toda a sua obra.  E que por fim tem sua própria história contada pela equipe da Café Pingado filmes em EU É GERALDO, quando o mal de Alzheimer lhe tira a condição de continuar a produzir para o “cinema: uma paixão, um destino”.
A Banda - José Augusto Costa Henriques(Muleta).

Batalha no Trânsito. Geraldo Santos Pereira.

Luciano Benhame e Jorge Luiz da Silva

O Aleijadinho. Geraldo Santos Pereira.

O Seminarista. Geraldo Santos Pereira.

O Seminarista. Geraldo Santos Pereira

Geraldo Santos Pereira



Rogério no papel de Geraldo


Trailler de EU É GERALDO

Geraldo Santos Pereira ladeado pela equipe da Café Pingado Filmes

    
(Franklin Netto – taxievoce@hotmail.com)

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