15/06/2012 - Sexta-feira
Uma
cidade rica em talentos, como Visconde do Rio Branco, dispõe de vasto material
humano para as mais variadas manifestações de arte e cultura.
Vimos, na
semana passada, o resultado do 12º FEMUP, quando havia concorrentes do Brasil
inteiro. E os premiados da terra levaram a maioria dos prêmios e troféus.
Ninguém pode alegar parcialidade dos jurados, porque a cidade conta com várias
instituições dedicadas a formar músicos, cuja vocação se encontra em
praticamente todas as famílias rio-branquenses.
Imagens: Site da Prefeitura
O
Conservatório Estadual de Música, A Filarmônica Rio Branco, a Sociedade Musical
Treze de Maio, a recém criada Banda Vadim Viche ministram a matéria constantemente
para os alunos que se transformam em integrantes desde crianças. E são escolas
das quais não se tem notícia de evasão. Há participantes de todas as classes
sociais, porque foram fundadas por gente simples, amantes da música, sem
interesses mercantilistas.
Imagem: Isah Baptista
Imagem: ferrovias.com.br
Maestro Antônio: Imagem própria
Sociedade Musical 13 de Maio. Imagem: Isah Baptista
O
Conservatório tem estrutura oficial, como órgão do Estado. Foi uma luta no
passado para o seu estabelecimento em nossa terra. Gente poderosa de outros lugares tentou
desviá-lo para seus domínios. Venceu a
tenacidade de rio-branquenses sem vaidade mas amantes deste torrão.
As
bandas, entretanto, vivem do empenho de seus fundadores, componentes e
associados. Nelas e no Conservatório o ensino é gratuito e certamente gratificante,
quando os mestres vêem o resultado de seu trabalho na formação dos alunos que
aprendem e irradiam o saber para toda a sociedade.
Dessas
escolas nascem conjuntos, instrumentistas solo, corais, cantores, cantoras a
irradiar seus valores tanto na própria cidade, como em apresentações Brasil a
fora. Todos com domínio de partitura, aptos a participarem de orquestras e
fazerem carreira na divina arte.
Conjunto de Flautas Sônia Namorato. Imagem: Museu Muncipal
Além dos
estudantes da música teórica, o município conta com variado número de artistas
natos, que tocam e cantam na prática, sem passar por escola, aprendendo e
praticando de “ouvido”. Uns usam a música simplesmente para se divertir
sozinhos, ou em roda de amigos. Outros
fazem dela um meio de também ganhar algum dinheiro, aliando o útil ao
agradável. São a maioria dos conjuntos e bandas de bailes que atendem a toda região.
Podemos
dizer que em Visconde do Rio Branco a música vem do berço. E o resultado é o
que se viu no Festival. Temos em Marcos
Vianna, Célio Balona, Luiz Violão(Luiz Roberto), Lourival Passos, Galvão Rabelo
expoentes que se projetaram além fronteira, como J. Trio e tantos outros que
preferem ficar na modéstia deleitando os seus apreciadores de maneira informal
por aqui mesmo.
Como na
música, vamos descobrindo vários talentos que se dedicaram a artes paralelas,
como no cinema. A partir do conhecimento
de Geraldo Santos Pereira, vemos surgir cineastas e atores antes desconhecidos
de nossa gente. Despertam, na cidade,
Jacynto Batalha, Jorge Luiz da Silva(Jor-Som), Luciano Benhame, que vão “fazendo
arte” quase em silêncio.
Luciano Benhame e Jorge Luiz
Desde a
vinda de Geraldo Santos Pereira, em 2005, a Visconde do Rio Branco, quando
realizou palestras e exibiu “O Aleijadinho”, no auditório Jotta Barroso e na
Praça 28 de Setembro, começaram ser vistos esses demais produtores, com seus
elencos.
No
intervalo de alguns anos, a cidade descobre que Geraldo estava virando filme(EU
É GERALDO), produzido pela equipe de jovens da Café Pingado. E que resultou no Festival de Cinema Geraldo
Santos Pereira programado para a última semana de julho. O Festival anunciado foi como um dissipar de
nuvens para vermos que há uma constelação. E outras estrelas estão brilhando:
surgiu para os organizadores desse evento a notícia de outro astro, que já tem
luz própria e a sua cidade não sabia: José Augusto Muleta(nome artístico do
rio-branquense José Augusto Costa Henriques), que vem se juntar a seus
conterrâneos com “A Banda”. Este, como
Geraldo, saiu muito cedo da cidade, estudou e se projetou lá fora. E, para o
bem de todos e felicidade geral de seus conterrâneos, vem se tornar conhecido
em plena juventude, no momento de produtividade para todo o Brasil, já que está
integrado ao maior império midiático do País, a Rede Globo de Televisão.
Outros
cineastas rio-branquenses se revelaram, a partir da repercussão do Festival
Geraldo Santos Pereira. Isto é
ótimo. Está se formando conteúdo para
este Festival se tornar um evento anual,
como
aconteceu com o FEMUP, cujo espírito estava adormecido desde os Festivais
Estudantis dos 70. Graças à
reportagem do escritor Edgard Amin sobre aqueles fatos, publicada em 2005 no
jornal Consciência da Mata – impresso -, o Festival de Música voltou, como
evento oficial, 35 anos depois. E está
sendo o sucesso visto na semana passada.
Passados
os festivais, o bom senso aponta a conveniência de prosseguir a divulgação dos
filmes e das músicas que lhes deram conteúdo. É uma forma de expandir a cultura
e manter viva a razão de fazer dos produtores, atores, autores e cantores.
Para
divulgar as músicas existem na cidade as emissoras de rádio. As músicas do
Festival são, em maioria, de ótima qualidade.
Em um tempo quando as programações são invadidas pelo que há de pior no
mercado fonográfico, usar o repertório dos ganhadores e dos demais concorrentes
do FEMUP vai oferecer aos ouvintes opções saudáveis de entretenimento e
contribuir para elevação do nível de cultura popular.
Os filmes
dependerão de uma casa de espetáculos apropriada. Isto faz lembrar a pregação
de Geraldo Santos Pereira, em 2005: criação do Centro Cultural Guido Marlière,
que servirá para cinema, teatro, palestras, apresentação de orquestras,
conjuntos regionais, cantores e demais atividades afins. O seu tempo ocioso servirá para escola, de
preferência em tempo integral.
Geraldo Santos Pereira. Exibição de "O Aleijadinho", na Praça 28 de Setembro(2005)
Cultura
gera cultura. Festivais sistematicamente realizados fazem crescer os Índices de
Desenvolvimento Humano(IDHs) locais, pelas divisas que o turismo traz. E Visconde
do Rio Branco tem material humano para divulgar e atrair cultura.
(Franklin Netto – taxievoce@hotmail.com)
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