13/06/2012 - Quarta-feira
Este 13 de junho, dedicado a Santo Antônio, o santo mais popular do
Brasil, tem em Visconde do Rio Branco ponto facultativo.
Do ponto de vista laico, é um feriado não obrigatório. Nas repartições
públicas, ponto facultativo resulta
sempre em dia de folga,onde nada funciona. Nas empresas particulares a decisão
é dos patrões. E, quem trabalha por conta própria(autônomos), faz o que achar
melhor.
A Igreja de Santo Antônio fica no início da rua que tem o seu nome.
Começou como capela, passou por várias fazes de crescimento e reformas e
alcançou status de Convento que abrigava seminaristas franciscanos. Isto durou algum tempo, quando a instituição
religiosa tinha seus próprios padres que realizavam calendário de celebração de missas durante a semana e aos domingos.
Para cerimônias especiais, como casamento, dependia de autorização do
Pároco da Igreja Matriz.
Igreja e Convento de Santo Antônio. Imagem: Luiz Orlando de Oliveira
Houve um período em que perdeu a condição Convento, ficou sem agente de
ordem religiosa, e teve uma sociedade leiga que administrava o seu espólio,
organizava suas festas e programava seus atos religiosos. Dependia de
celebrantes cedidos pela Igreja Matriz.
Igreja Matriz. Imagem: Danton Ferreira
Junto ao crescimento da Zona Urbana, cresce uma tendência de
descentralização das atividades comerciais e dos serviços públicos. Tudo indica
que essa descentralização vem influenciando a vida religiosa. O bairro mais
populoso da cidade, o Barreiro, conquistou sua Paróquia de São Sebastião, com a
Igreja situada na Praça do mesmo nome.
Praça e Matriz de São Sebastião. Barreiro. Imagem: Isah Baptista
Há movimento no sentido de transformar a Igreja de Santo Antônio em sede
de Paróquia também. Para ela convergem religiosos dos bairros Centenário,
Coronel Joaquim Lopes, Formiga, de Lourdes, COHABs, Pito Aceso, Esportivo,
Santa Rita, Colônia e suas adjacências.
Igreja de Santo Antônio. Imagem: Danton Ferreira
Nome de batismo: Fernando de Bulhões
Santo Antônio
de Pádua, ou de Lisboa, nasceu em Lisboa, no ano de 1195, com o nome de
Fernando de Bulhões y Taveira de Azevedo. É contemporâneo de outro santo muito
popular, São Francisco de Assis.
Imagem: www.redemptionis-sacramentum.com
O seu lado rebelde se manifestou quando
soube que cinco franciscanos tinham sido martirizados em Marrocos,
como consequência da tentativa de evangelizar infiéis. Resolveu ser também um
missionário: entrou para a ordem dos franciscanos e foi trabalhar em
Marrocos. Tinha 15 anos, quando decidiu trocar o nome e entrar para a Ordem dos
Franciscanos.
Casamenteiro milagroso
Sua veneração é muito difundida nos países latinos, principalmente
em Portugal e no Brasil. Padroeiro dos pobres e casamenteiro, é invocado também
para o encontro de objetos perdidos.
Em um país com 5.565 municípios cheios de
desigualdades sociais, o povo pobre vê pouca gente muito rica, algumas sem
trabalhar. Esse santo, ao qual são
atribuídos milagres de conseguir “dotes” para moças pobres conseguirem
casamento, torna-se o canal de apelo de quem trabalha e nada consegue. É bom explicar: os “dotes” que as moças
precisavam para encontrar casamento, era uma riqueza em dinheiro ou bens,
quando a mulher tinha a função de procriar e ser dona de casa. E o marido seria
o administrador desses bens. O
casamento, naquelas condições, era uma sociedade, um negócio como outro
qualquer. A expressão “pôr o pé no cupim”
foi muito usada, quando o pretenso noivo firmava posição de só se casar a troco
de determinado valor em “dote”.
Hoje em dia usa-se a expressão em sentido figurado:
uma moça cheia de dotes, quando ela tem muitas qualidades como dama, como
mulher, independente da riqueza.
A propósito, existe a letra de um samba que diz:
“Tem beleza e tem saúde, sabe amar e cozinhar,
Que Papai do Ceu me ajude, estou louquinho pra
casar”.
Nesse caso os “dotes” são outros, muito parecidos
com os da Amélia e Emília, da veia poética de Ataulfo Alves / Mário Lago(Ai!
Que saudades da Amélia) e Haroldo
Lobo(Emília).
Agora, sem os “dotes” em dinheiro; e sem a figura da Amélia e da Emília, que
teriam de se resignar em “lavar e cozinhar”, ou “achar bonito não ter o que
comer”, a mulher tem que partir para o
trabalho fora de casa para ajudar a ganhar um quarto do salário necessário para
viver, e juntar com outro quarto do marido, para e os dois se conformarem com a
falta da outra metade para viver. E têm
de agradecer por ter trabalho, porque muita gente disputa a mesma vaga de cada
um.
E aí não há santo que dê jeito!
(Franklin Netto - taxievoce@hotmail.com)
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