13/06/2012 - Quarta-feira
. .... numa competição sem
fim sobre quem é mais competente para conduzir o
subdesenvolvimento e administrar a dependência.
subdesenvolvimento e administrar a dependência.
Continuação:
A análise da ditadura militar realizada neste livro é uma prova inequívoca
de que a ameaça de “pastorização” aventada por Celso Furtado no início de 1968
era essencialmente errônea e que a história deu, finalmente, razão a Ruy Mauro:
a partir daquele ano ocorreu uma extraordinária expansão das forças produtivas
com base tanto na superexploração da força de trabalho quanto no endividamento
externo. Marini acertou na mosca! Ademais, a análise concreta de situações concretas
rendeu além da previsão correta, uma notável contribuição aos estudos que mais
tarde se definiriam como “economia brasileira”,
uma expressão que evita o estudo do capitalismo subdesenvolvido e dependente. “A linguagem é a consciência prática”, alertou Marx em A ideologia alemã. A linguagem de Marini era impecável e sem qualquer concessão ao liberalismo que domina amplamente os estudos sobre economia ou sociologia no país. Esta mesma capacidade e rigor analítico encontramos em seu El reformismo y la contrarrevolución. Estudios sobre Chile, obra publicada no país onde o conflito e a consciência de classe e suas contradições ganharam brilho inédito na conjuntura latino-americana dos setentas. Nestes ensaios, Marini
revela também o fino manejo do marxismo na crítica ao reformismo da esquerda e apresenta uma refinada análise do desenvolvimento capitalista chileno no período relativo à Unidade Popular encabeçada pelo presidente Salvador Allende. Também aqui a análise sobre o estado
e as classes sociais ganhou relevância e brilho em perfeita articulação com o processo de acumulação de capital e crise pela qual o país inevitavelmente sofreria diante da política econômica do governo socialista de Allende. À propósito, neste esforço, é mais do que evidente que a política econômica era tratada a partir da rica tradição da economia política, marcando clara diferença com as análises dominantes no Brasil, onde quase tudo esta reduzido à mera contabilidade nacional ou sob o controle dos manuais de macro-economia importados dos Estados Unidos, como se o desenvolvimento capitalista,
suas contradições e antagonismos pudessem ser analisados a partir das variáveis como inflação, cambio e juros!
uma expressão que evita o estudo do capitalismo subdesenvolvido e dependente. “A linguagem é a consciência prática”, alertou Marx em A ideologia alemã. A linguagem de Marini era impecável e sem qualquer concessão ao liberalismo que domina amplamente os estudos sobre economia ou sociologia no país. Esta mesma capacidade e rigor analítico encontramos em seu El reformismo y la contrarrevolución. Estudios sobre Chile, obra publicada no país onde o conflito e a consciência de classe e suas contradições ganharam brilho inédito na conjuntura latino-americana dos setentas. Nestes ensaios, Marini
revela também o fino manejo do marxismo na crítica ao reformismo da esquerda e apresenta uma refinada análise do desenvolvimento capitalista chileno no período relativo à Unidade Popular encabeçada pelo presidente Salvador Allende. Também aqui a análise sobre o estado
e as classes sociais ganhou relevância e brilho em perfeita articulação com o processo de acumulação de capital e crise pela qual o país inevitavelmente sofreria diante da política econômica do governo socialista de Allende. À propósito, neste esforço, é mais do que evidente que a política econômica era tratada a partir da rica tradição da economia política, marcando clara diferença com as análises dominantes no Brasil, onde quase tudo esta reduzido à mera contabilidade nacional ou sob o controle dos manuais de macro-economia importados dos Estados Unidos, como se o desenvolvimento capitalista,
suas contradições e antagonismos pudessem ser analisados a partir das variáveis como inflação, cambio e juros!
Continua na próxima Edição:
Nenhum comentário:
Postar um comentário