segunda-feira, 18 de junho de 2012

Visconde do Rio Brande recebe festival de cinema


18/06/2012 - Segunda-feira  - Por Marcela Martins


 


O cineasta Geraldo Santos Pereira é o grande homenageado da mostra que vai exibir o documentário inédito “Eu é Geraldo”



           
A produtora Café Pingado Filmes, em parceria com a comunidade, com o Museu Municipal e com a Prefeitura de Visconde do Rio Branco, promove, de 23 a 28 de julho, no auditório Jotta Barroso, o festival “Geraldo Santos Pereira”. Com uma programação que inclui obras dirigidas pelo cineasta que dá nome à mostra e por outros produtores e diretores de Rio Branco, a mostra vai contar com o pré-lançamento do documentário “Eu é Geraldo”. O longa será exibido no sábado, dia 28, na Praça 28 de setembro, em frente ao antigo Cinema Brasil. Na oportunidade, o diretor do documentário, Érick Leite, vai falar sobre a Memória do Cinema. Além dos filmes, palestras relacionadas às obras serão ministradas durante todo o festival.  
Além do pré-lançamento do documentário, a programação do festival está recheada de talentos locais. Na segunda-feira, dia 23, serão exibidos os filmes Escandalosas e Tristeza do Jeca, de Luciano Benhame e Jorge Luiz da Silva, com palestra dos produtores. Na terça-feira, o cineasta José Augusto Henriques, o Muleta, vem à cidade falar de seu filme A Banda, que será exibido em seguida. A quarta, a quinta e a sexta-feira estão reservadas para as obras de Geraldo. Na quarta será exibido Rebelião em Vila Rica, e a professora Theresinha Almeida Pinto profere uma palestra sobre o Cine Brasil. A memória da música nacional é o tema da palestra de quinta-feira, proferida por Franklin Ferreira Netto, antes da exibição de O Seminarista. Na sexta-feira, será exibido o longa O Aleijadinho, e quem profere a palestra é o professor José Anchieta, amigo de Geraldo.
Toda a programação do festival é gratuita.  E está sujeita a pequenas alterações, à medida que surgem documentários de impacto na vida do MunicípioA divulgação do Festival tem despertado o aparecimento de vários cineastas rio-branquenses da nova geração, até aqui desconhecidos. O auditório Jotta Barroso fica na Av. São João Batista, Centro.

Eu é Geraldo
O filme “Eu é Geraldo”, produzido pela produtora Café Pingado, foi feito com recursos do Fundo Municipal de Cultura, e visa resgatar a história de um dos maiores cineastas brasileiros, esquecido pelo público e pela academia. Esse resgate, porém, não poderia ser feito por meio de uma simples biografia - a narrativa não linear e com cenas ficcionais leva para as telas um verdadeiro biografema, conceito cunhado pelo escritor Roland Barthes, cujo significado remete à ideia de “um fragmento que ilumina detalhes”. Nada mais apropriado, já que nem mesmo o próprio Geraldo, que hoje reside em Belo Horizonte e sofre do mal de Alzheimer, conseguiria contar linearmente uma historia tão intensa e significativa para a cinematografia brasileira.
 “Eu é Geraldo” conta com entrevistas com figuras como Cacá Diegues, Carlos Vereza, Milton Gonçalves, Maurício Gonçalves, Ruth de Souza, Maria Ceiça, Neville d’Almeida, Joel Zito, Ernane Heffner e Ivo Pitanguy, e mostra de forma surpreendente o perfil de um dos mestres da sétima arte. Feito a partir de memórias de ícones que conviveram com Geraldo, além de testemunhos defasados e fantasiosos dele próprio, “Eu é Geraldo” acerta em cheio a valorizar as lacunas da memória na tentativa de impedir que uma trajetória absolutamente notável caia no esquecimento.

A produtora
A Café Pingado Filmes é uma produtora cultural com sede em Belo Horizonte, que iniciou seus trabalhos em 2009.  Além de realizar filmes de curta, média e longa metragens, também atua promovendo oficinas de apreciação de filmes e capacitação para o mercado da sétima arte.
A produtora surgiu a partir do desejo de quatro estudantes da Escola Livre de Cinema de levarem a realização cinematográfica adiante. Em 2009, com a constituição do contrato social entre os integrantes, começou o desenvolvimento de roteiros e projetos voltados para a área audiovisual e documentários e ficções passaram a fazer parte da rotina da Café Pingado. A elaboração destes projetos, com a preocupação na produtividade dos bens culturais, se juntou ao objetivo de contribuir para a formação de um público mais crítico e interessado no produto nacional.
A Café Pingado tem como objetivo fomentar a produção artística em Minas Gerais e projetá-la para todo o mundo.


Marcela Martins

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